#228. Aos filhos de pais ausentes e a quem perdeu o sentimento

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#228. Aos filhos de pais ausentes e a quem perdeu o sentimento

Gravidade. Se fosse para intitular este texto em apenas uma palavra, seria essa. É de perder o chão não ter no que (ou em quem) se segurar quando tudo desaba. É grave, mas não precisa fazer greve.

“Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.” – Efésios 4:19

Quero citar o verso acima, embora fora do contexto geral de seu capítulo, para destacar a expressão “perdido todo o sentimento”. Já imaginou o que pode se passar na cabeça de quem se afasta de Jesus ou de alguém que toma uma atitude drástica ao ponto de surpreender radicalmente amigos, família e quem quer mais que o conheça? Certamente, tal atitude não é uma decisão tida da noite pro dia, e, sim, gradativamente... fruto de tristeza em tristeza, onde de frustração em frustração, alguém perde o sentimento e tenta com suas próprias forças viver sua própria vida longe dos braços de Jesus.

E quando perdemos o sentimento, queremos escancarar nossa dor camuflada em um falso prazer, mas de abismo em abismo, chega-se ao vale. E na geografia, vale é sinônimo de depressão.

Flora Borsi - Pieces of my mind
 
Me preocupa muito a quantidade de amigos e conhecidos que têm problemas decorrentes da separação dos pais, ausência de criação paterna (meu caso) ou até mesmo pais que faleceram enquanto seus filhos eram crianças ou adolescentes. Em comum, todos esses rapazes e moças que conheço buscam um referencial, um norte, alguém que os enxergue e escute seus gritos abafados pela máscara do “está tudo bem”. Todos nós - eu me incluo - temos muita energia correndo solta em nosso interior, como um pêndulo que vai e volta e não tem onde repousar toda sua força.

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Abismos que chamam outros abismos parecem dizer sobre quedas desenfreadas, mas eles nos revelam algo mais profundo: um desejo desesperado pela presença de Deus nos momentos em que, desesperadamente, buscamos por respostas. E Jesus nos lembrou: só recebe alimento quem tem fome; só é saciado quem tem sede (leia Mateus 5:6).

Não, a ferida causada pela ausência paterna não é incurável. Reitero: caso um furacão vier, não tenha medo. Certamente essa pode ser uma boa oportunidade para colocar as ideias no lugar e saber que depois de tudo, Deus continua sendo bom.

“Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti. [...] Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim. Contudo o SENHOR mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida.” – Salmos 42:1,6-8
“Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo? Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem: Onde está o teu Deus? Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.” – Salmos 42:9-11
Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo! (leia 2 Coríntios 6:1-10)
E a propósito, você não está só. Nunca esteve! =]
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3 comentários

  1. O pai geralmente é o responsável por ajudar a criança a desenvolver suas habilidades para a vida. Se o pai estiver ausente, a criança pode formar sua personalidade de forma inadequada, tornando-a mais suscetível a desenvolver problemas psicológicos no futuro. Mas isso é apenas uma tendencia e não significa que irá desenvolver.

    CICERO

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    1. Um texto forte, mas também muito reflexivo, forte abraço Vítor!

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    2. O texto que você me mostrou também é bem forte, mas bastante reflexivo, Cícero! Obrigado pelos ensinamentos, meu brother! =]

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