Recentemente, conversando com minha
diretora, ela me mostrou um vídeo que compartilharam com ela através do
celular. Nesse vídeo é contado o relato de um homem que esteve em determinado
lugar da África e lá propôs às crianças locais que participassem de uma
brincadeira, uma corrida na verdade, onde quem chegasse primeiro em certo lugar
levaria um prêmio. Para surpresa do homem que propusera a brincadeira, quando
dado o grito de largada, as crianças deram as mãos e juntas correram rumo ao
alvo a fim de juntas conseguirem o prêmio. Ele ainda relata no vídeo que as
crianças diziam que não seria o suficiente uma delas ganhar o prêmio e ficar
alegre enquanto todas as outras estariam tristes por não chegarem em primeiro
lugar. A partir daí ele começa a discorrer a respeito de um termo africano que
nos remete a essa filosofia coletiva. No vídeo, o narrador apresenta um termo
pouco desconhecido, mas comum no cenário da informática (ao menos em outro
sentido); ele estava falando do UBUNTU.
Com informações da Wikipédia:
“Ubuntu
é uma noção existente nas línguas zulu e xhosa
- línguas bantu do grupo ngúni, faladas pelos povos da África
Subsaariana. A palavra Ubuntu, não
traduzível diretamente, exprime a consciência da relação entre o indivíduo e a
comunidade. É diretamente traduzido como "humanidade com os outros" ou "sou o que sou pelo que nós somos".
Segundo o arcebispo anglicano Desmond Tutu,
autor de uma teologia ubuntu "a
minha humanidade está inextricavelmente ligada à sua humanidade". Essa
noção de fraternidade implica compaixão e abertura de espírito e se opõe ao
narcisismo e ao individualismo. Segundo o Arcebispo Desmond Tutu:
“Uma
pessoa com Ubuntu está aberta e disponível para as outras, apoia as outras, não
se sente ameaçada quando outras pessoas são capazes e boas, com base em uma
autoconfiança que vem do conhecimento de que ele ou ela pertence a algo maior
que é diminuído quando outras pessoas são humilhadas ou diminuídas, quando são
torturadas ou oprimidas.”
— Arcebispo Desmond Tutu no
livro "No Future Without Forgiveness" (em português: "Sem Perdão
Não Há Futuro")”
Adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ubuntu_(ideologia)
A crítica específica desse texto é contra o
nosso individualismo, em acreditar que sozinhos trabalhamos melhor, que o nosso
único amigo de verdade é Deus e que não precisamos de ninguém na vida. Direta
ou indiretamente somos seres sociais e para o que quer que seja sempre
necessitaremos de um outro alguém para algo específico. Seja para ouvir, para
falar, para aprender, para conversar, para reagir ou para mudar. Exemplos não
faltam. As coisas ao nosso redor nos mostram que o cooperativismo com bons
propósitos destrói o ego. Usar o nós é muito melhor que usar o eu. Como se
sentir bem se outros estão mal? Como sorrir se outros choram? Querem nos
acostumar com as más notícias como se tudo isso fosse normal. Viver apenas para
si não é normal, nem nunca foi.
A união faz a força, juntos somos mais fortes. O cordão de três dobras não se quebra com facilidade. Quebremos nossa visão distorcida de que “quem me ajuda é Deus e o resto que se exploda”. Por que você se isola tanto se viajar sozinho não tem graça? Uma estrela a mais sempre fará o céu mais brilhante. Não há como amar a Deus se não amamos as pessoas ao nosso redor. O Evangelho é para as pessoas. Sem sociedade não há reino. O amor não é egoísta, não busca seus próprios interesses. Você pode ter a gasolina enquanto outros tem a caixa de fósforos. Jesus disse que casas divididas contra si mesmas não subsistem. Quanto mais nos isolamos, mais nos perdemos em nosso próprio achismo. Ame sem medo de se decepcionar. Você não é invulnerável. Olhemos para um único alvo: Cristo.
Eu poderia me perguntar “... e o que tenho
a ver com a maioria?”. Percebo que não devo olhar para a maior parte quando
essa anda para o caminho do erro ou de ideias tolas, mas que devo pensar menos
em mim quando ver eles errando pode me fazer um covarde se eu não voltar ao
menos para avisá-los. Posso dar um passo inicial e plantar sementes, mas outros
a regarão. Não depende apenas de você; apenas comece.
“Porque também o
corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: porque não sou mão, não
sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: porque não sou
olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho,
onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora
Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem
um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um
corpo. E o olho não pode dizer à mão: não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça
aos pés: não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem
ser os mais fracos são necessários; e os que reputamos serem menos honrosos no
corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos
muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade
disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta
dela; para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual
cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com
ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.”
{1 Coríntios 12:14-27}
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