#221. Influentes como as filhas de Zelofeade

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#221. Influentes como as filhas de Zelofeade

Segundo o Dicionário, o termo “influência” significa “o poder, a graça, a autoridade que alguém tem para produzir mudanças em alguma circunstância ou em alguém”. Não há dúvidas de que essa capacidade é, particularmente, poderosa nas mulheres. E, não precisamos da psicologia comportamental para comprovar isso, a própria Bíblia nos mostra.

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influência, brilho e graça

Influência negativa
Em Gênesis 3:1-3, Satanás usa a serpente para falar com a primeira mulher. Seu desejo era que Eva, juntamente com Adão, desobedecesse as ordens de Deus. Mas, se o homem era o responsável pelo jardim do Éden, por que não falou diretamente com ele? Porque, provavelmente, sabia que seria incapaz de convencê-lo, mas, convencendo sua mulher, ela se encarregaria de fazê-lo. E assim foi. Convencida por Satanás, Eva não teve muito trabalho para influenciar Adão: mostrou o fruto e ele o comeu.

Deuteronômio 7:1-4 apresenta outra evidência da influência feminina, confirmada pelo próprio Deus. Na ocasião, Moisés lia a Lei ao povo de Israel, dando-lhes um mandamento divino: “não tomaras mulheres cananéias para teus filhos, porque desviarão seus corações de Mim e os inclinarão a seus falsos deuses”.  O interessante é que anos depois o povo entra na terra; posteriormente, Davi reina, morre e deixa o reinado nas mãos de Salomão, seu filho, e ele toma “setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres estrangeiras lhe perverteram o coração a deuses estranhos. Seu coração deixou de ser perfeito diante do Senhor” (Rs 11:3-4). Tal qual Deus havia dito.

Além disso, quem nunca ouviu acerca de Jezabel, a instruída rainha que poderia ter usado seu poder para ajudar o governo do rei Acabe, mas, em vez disso, usou a posição para promover o pecado em Israel? (I Rs 21:25-26). Sua maldade foi tanta que, para conseguir o que queria, manipulou o sistema de justiça, provocando a morte de Nabote (I Rs 21:8-10). Sua vida é a justa definição do que é uma influência destrutiva.

Influência positiva
Tais exemplos nos revelam uma verdade: nossa influência pode ser agradável ou perversa, divina ou diabólica. Podemos influenciar para a vida ou para morte, para a edificação ou para a destruição. Por experiência própria, disse o rei Salomão: “uma mulher pode edificar sua casa, ou destrui-la com as próprias mãos” (Pv 14:1).

Sendo assim, quero te apresentar cinco mulheres que exerceram uma influência extremamente positiva, produzindo um tremendo impacto sobre a nação de Israel e abrindo caminho para abençoar outras mulheres da sociedade. Quem eram essas mulheres? Números 27:1-11 nos conta sua história:

E chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José; e estes são os nomes delas; Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza”.

Zelofeade, o pai de cinco moças, havia morrido. Na época, somente filhos varões poderiam herdar a herança e, como ele não tinha nenhum varão, os bens deveriam ser passados para seu irmão – ou outro homem da família. Não havia segurança alguma para essas irmãs. Estavam perto de chegar na terra prometida e, certamente, pensaram: “Sempre sonhamos com a terra que mana leite e mal, mas agora não teremos parte nessa terra. Caminhamos por esse deserto, vimos nossa geração anterior morrer, nosso pai morreu… e agora, o que será de nós?”.

Imagino que Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza devem ter se entristecido profundamente, uma vez que assim determinava a Lei. Será que elas deveriam se conformar em apenas sonhar? Penso que tal questionamento deve ter assaltado seus corações; mas, entendendo que a conformidade produz infelicidade e estancamento, elas decidiram confiar e reivindicar a herança que, aparentemente, não lhes correspondia.

Há muito tempo a violação dos direitos da mulher tem sido um problema. Especialmente, em países do Oriente, onde muitas não tem nem mesmo o direito ao voto. Devido a isso, despertou-se na década de 60 um movimento (para alguns) “bem intencionado”, mas anti-bíblico em sua essência: o feminismo, o qual ecoou: ”se não nos dão, tomamos a força”. Assim, ao invés de buscarem respostas em Deus preferiram a anarquia, saindo às ruas e querendo conquistar o mundo na força do braço, o que produziu um desvio do projeto de Deus: já não queriam ser edificadoras de lares.

Tal realidade nos ensina que quando reivindicamos algo na força: o direito do merecimento, o direito de estar certa, o direito de vingança, o direito de fazer do próprio jeito, se estabelece uma anarquia espiritual, emocional e familiar. Se perde o propósito de Deus! Contudo, as filhas de Zelofeade nos ensinam a forma correta de agir: não murmurar, não fazer motim, não confrontar, mas levar a causa ao trono de Deus. Quando assim fizermos descobriremos que nossas atitudes produzirão resultados eficazes de influência, pois serão respaldadas pela fé e pela esperança. E “a esperança não nos decepciona” (Rm 5:5).

Características de uma mulher influente:
Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza foram capazes de influenciar positivamente – a ponto de terem suas histórias registradas nas Escrituras – devido a uma série de boas virtudes que, hoje, devem servir de exemplo para nós. Vejamos algumas delas:

1- Discernimento e decisão
A influência requer discernimento e decisão. O texto bíblico diz: “Se moveram no tempo correto”. O verbo mover-se fala de decisão. “No tempo correto” fala de discernimento. Isso nos leva à duas pergunta: Nós temos nos movido? Temos discernido o tempo correto de agir? Decisões são importantes na vida. Precisamos conhecer o Kairós de Deus: o tempo perfeito para toda e qualquer situação (Ec 3:1). Precisamos discernir quando Ele diz: “sim” e quando diz “não”. Quando Ele diz “vá” ou “não vá”. É Deus quem abre a porta. Não podemos forcá-la para entrar.

Agindo assim, nossa voz influenciará, por mais inexpressiva que pareça. Elas disseram a Moisés: “Queremos lhe expor uma causa e gostaríamos que a liderança da nação nos ouvisse”. Elas pediram e, rapidamente, Moisés convocou os líderes. Igualmente, em nossas casas, nossa voz tem uma influência convocatória. Quando detectarmos algo errado, precisamos dizer: “devemos orar, não brigaremos, vamos conversar”. Você verá que logo alcançará a paz com teu esposo, filhos e conhecidos. Pois há sobre ti uma graciosa capacidade de influência.

2- Respeito às autoridades
Agora, por qual razão Moisés convocou os sacerdotes, príncipes e toda a congregação para julgar a causa dessas mulheres? Simplesmente, porque haviam demonstrado respeito pelas autoridades. Da mesma forma, nossos pais são nossas autoridades, nossos esposos são nossas autoridades, nossos pastores são nossas autoridades. Ou seja, para vir a Deus e ter nossa causa aceita, precisamos honrar os que estão ao nosso redor. Sabendo que é dando que ser-nos-á dado (Lc 6:38).

Além de tratarmos o próximo de forma correta, precisamos também estar no lugar correto. Elas vieram “a porta do tabernáculo de reunião”, o lugar mais importante para o povo de Israel, já que ali recebiam as instruções espirituais. Será que na espera por uma resposta de Deus, você tem ido ao lugar mais importante? Que lugar melhor que “a casa de oração” para buscar a vontade de Deus? (Sl 84:3, 10).

3- Visão e paixão
As cinco filhas de Zelofeade chegaram no tempo correto, na pessoa correta e no lugar correto, simplesmente, porque tinham uma visão.

Hoje, romantizam muito o conceito de visão, mas, biblicamente, visão é a ponte que nos conecta aos propósitos de Deus. É quando Ele põe algo em nosso coração e o faz bater mais forte. Infelizmente, muitas mulheres cristãs andam “caçando” visões. Pulam de igreja à igreja, dizendo: “profetiza qual é meu propósito”. No entanto, a Bíblia é muito clara acerca dele. Ela já nos deu essa resposta. Basta lermos Provérbios 31 e o descobriremos em detalhes.

De fato, quando sabemos quem somos em Cristo e o que Ele espera de nós, não perdemos de vista o propósito celestial. Nossos argumentos são cheios de fé. O inimigo tenta nos desviar, mas temos versículos nos lábios, como Jesus no deserto. Aquelas cinco mulheres eram assim! Tinham argumentos baseados nos princípios da Lei em seus lábios: ”nosso pai não esteve na rebelião dos filhos de Coré; foi fiel a Deus” – disseram. Tinham a visão ajustada para crer que Deus sempre coroa a fidelidade.

O maravilhoso nisso é que sua visão, foi mantida pela paixão por aquilo que Deus já havia dito: Ele os faria entrar à terra que mana leite e mal. Não se esqueceram da promessa feita a Abraão, a Isaque e a Jacó. Ela estava em seus corações. E as cinco irmãs ansiavam ser parte desta aliança. Certamente, Deus considerou: “como poderei esquecê-las? Elas creram em minha promessa!”.

4-  Humildade
Números 27:5 conta que “depois que falaram, Moisés levou sua causa diante de Jeová”. Pense por um momento: havia uma Lei que dizia “não”. Seria prático para Moisés ter a causa por resolvida. Já havia uma instrução “constitucional” para isso. Porém, seu coração se quebrantou pela humildade com que se que apresentaram a ele. Isso o levou responder da seguinte maneira: ”espera um momento, permita-me consultar a Deus sobre o seu problema”.

Ao reconstruir a narrativa bíblica, posso visualizar Moisés dizendo: “Aqui estou, Senhor. As filhas de um homem justo, que faleceu neste deserto, me pediram sua herança. A questão é que não há filho varão, e a Lei diz que… “. E Deus lhe interrompe para dar o veredito: “Elas pedem o que é justo. Certamente, lhes darás possessão entre os irmãos de seu pai e farás passar a elas a herança de seu pai” (Nm 27:7). Em questão de segundos, Deus as ouviu!

Quando pedimos de maneira quebrantada, Deus nos escuta. Pois, a um coração quebrantado e contrito, Deus não desprezará (Sl 51:17). As filhas de Zelofeade não precisaram da revolução do feminismo para terem suas vozes ouvidas, elas simplesmente, precisaram se apresentar diante de Deus com humildade.

5- Perseverança
Recebida a resposta positiva da parte de Deus, o tempo se passou. Moisés morreu antes de entrar  em Canaã, e um novo líder levantou-se para conquistá-la e reparti-la. Quando Josué o faz, algo acontece: ele se esquece da sentença proferida por Moisés às jovens. Contudo, elas jamais se esqueceram do que Deus lhes havia prometido. Logo, não desistiram de perseverar por sua herança.

Ao lermos o capítulo 11 de Hebreus, encontramos o relato de muitas pessoas que creram nas promessas. Em toda a galeria dos “heróis da fé”, há muitos homens e poucas mulheres. Porém, o final do capítulo fala de “outras”, “que possuíram reinos e terras, pela fé”.  E me parece que essa descrição se encaixa, perfeitamente, na história de Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. Pois “pela fé”, perseveraram por sua terra:

Zelofeade era filho de Héfer, neto de Gileade, bisneto de Maquir e trineto de Manassés. Zelofeade não tinha filhos; só filhas. Os nomes delas eram Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. Elas foram falar com o sacerdote Eleazar, com Josué e com os líderes e disseram: — O Senhor Deus ordenou que Moisés desse não só aos nossos parentes do sexo masculino, mas também a nós uma parte da terra para ser nossa propriedade. E, como o Senhor havia mandado, elas também receberam terras para serem sua propriedade (Js 17:4).

Você tem perseverado no que Deus te prometeu em Sua Palavra? Perseverado naquilo que o Senhor te mandou fazer? Perceba que, no texto, o nome das filhas de Zelofeade foram repetidos. Quando algo se repete nas literatura hebraica é porque merece ser destacado. É uma forma de chamar a atenção para algo que não se deve ignorar. Logo, a fé e perseverança destas mulheres merecem toda a nossa atenção. Seus nomes estão ali para lembrarmos de não desistirmos; de que Deus jamais volta atrás com Sua palavra. Por isso, Josué disse: “Conforme o dito de Jeová, será feito”. Que tremendo! A última palavra vem de Deus!

6- Disposição para abençoar
Quando lemos a conclusão desta história, testemunhamos que a benção que veio sobre as irmãs abençoou, diretamente, a vida de outras mulheres: ”A partir de hoje isso será estatuto perpétuo”, disse o Senhor. Por meio de sua disposição, estabeleceu-se uma nova lei em Israel: “Toda mulher que não tenha irmãos, herdará”.

Deus permitiu que elas abrissem caminho a outras mulheres que não eram ouvidas; mulheres que não tinham direitos; mulheres que não tinham voz em sua nação. As filhas de Zelofeade ansiavam pela benção do céu para elas, mas também para outras pessoas. Da mesma maneira, Deus te chama a abrir oportunidades para tuas irmãs, tuas tias, tuas filhas, tuas amigas. Algo pode mudar na história delas – e até mesmo na sociedade – a partir da tua disposição.

Influencie!
Se posso deixar à você somente uma palavra será essa: Influencie! Tua influência pode mudar destinos, se a usar biblicamente. Talvez você pense: “como vou influenciar a sociedade se minha vida consiste nos afazeres de casa?”. Mas, não veja teu tempo no lar como um tempo perdido, mas como uma oportunidade.

Você sabe por que Moisés ouviu as filhas de Zelofeade? Porque um dia havia sido influenciado por uma mulher que o ensinou a buscar a Deus em todas as situações.

Lembra-se de Joquebede? Seu filho nasceu e – devido as ameaças de Faraó – ela precisou escondê-lo numa arca de juncos por três meses, num rio perigoso, cheio de cobras. Da mesma forma, haverão dias em que colocaremos nossos filhos no mundo: numa universidade de filosofias estranhas; num contexto impregnado de humanismo. Mas, se você influenciá-lo bem, eles não se desviarão do caminho.

Deus colocou pessoas chaves no momento chave: a filha de Joquebede, perto da filha de Faraó, a qual, encontrando o menino, disse: “não tenho leite”. Ao que Miriã disse: “conheço uma hebreia”. E, logo, a própria mãe de Moisés, tornou-se sua babá.

Quanto tempo Joquebede amamentou Moisés até entrega-lo à corte? Não sabemos! Mas ela o amamentou tempo suficiente para influenciá-lo com a verdade. Assim, Moisés cresceu no palácio do Egito, comeu como príncipe do Egito, se vestiu como príncipe do Egito, falou como um egípcio, mas jamais foi um egípcio! Tudo porque uma mãe, enquanto amamentava, dizia: “Apesar de viver entre eles, você não é um deles”. “Teu Deus não é Osiris, teu Deus é Jeová”. “Você crescerá, Ele te chamara e você o obedecerá”.

E então quando vamos a Atos 8, na defesa de Estevão, ele conta a história deste menino que cresceu na corte egípcia – e, quando homem, julgou a causa dessas cinco mulheres: “Quando Moisés cumpriu 40 anos veio ao seu coração sua identidade”. Logo, Moisés chegou a ser o que foi porque um dia alguém o influenciou: sua mãe, uma mulher aparentemente iletrada e insignificante.

Querida irmã, você foi desenhada pelo grande arquiteto do Universo para influenciar positivamente tua casa, igreja, trabalho e demais áreas da sociedade. Que o propósito de Deus se cumpra em tua vida como se cumpriu em Joquebede para com Moisés e nas filhas de Zelofeade para as mulheres de Israel!

Publicado pelo blog Adornadas Pela Graça. Repostado pelo Eterno Inconformado.
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4 comentários

  1. Respostas
    1. Amém! Obrigado pela visita e pelo comentário!

      No site de onde este texto foi retirado tem outras postagens bem edificantes: http://www.adornadaspelagraca.com/2018/03/15/influentes-como-as-filhas-de-zelofeade/

      Que o Senhor vos abençoe em dobro! =]

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  2. Que mensagem abençoada

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