#346. Quando você erra, de quem é a culpa?

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#346. Quando você erra, de quem é a culpa?

É crescente a tendência de evitar que uma pessoa seja responsabilizada por algo que ela fez e atribuir essas culpas e falhas à sociedade, às mazelas do sistema ou a qualquer outro alguém. Essa subversão do conceito de responsabilidade, por assim dizer, parece estar ligada à preparação de uma sociedade onde a falta de padrões morais parece ser uma forma de racionalizar um estilo de vida depravado e primitivo – inerente a nós, humanos –, na tentativa de nos isentarmos da prestação de contas que faremos diante do Criador (seja quando Ele nos chamar em particular ou quando Seu Filho vir pela segunda vez). 


"Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós. Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." - 1 Pedro 4:3-5 + Gálatas 6:7

Parte dessa tendência de culpar a sociedade por nossas falhas se associa fortemente ao pensamento rousseauniano de que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Tome nota: essa visão não condiz com o que a Bíblia nos ensina, visto que nossa natureza humana é perversa e pecadora – o que nos torna dependentes de um Salvador que nos aponte o Caminho, nos dê padrões a seguir e nos mostre o que é certo e o que é errado. 

“Assim, se nascemos puros, qual foi a obra da Cruz? Para que existe a redenção? A necessidade de arrependimento de pecados? Isso, para o mundo moderno é como se fosse coisa de fraco, de gente que não sabe andar pelas próprias pernas. Diferentemente, a Bíblia mostra que nascemos com o mal já instalado no nosso coração, em face da nossa herança adâmica, picados pelo pecado original e que, pela fé, podemos ser justificados. Agora, se pensamos que não temos nada de errado, passamos a viver no cinismo [...]. Podemos cometer as maiores barbaridades, ofender as pessoas e acharemos isso até normal. Quem é adulto, sabe lidar e suportar as suas dores interiores e reconhecer o que fez ou deixou de fazer em sua vida. Não fica colocando a culpa no governo, na família que teve, na igreja, em Deus, na sua condição financeira, etc.” - Bueno, L. (2019)

Outro grande problema bem semelhante àquele citado no início deste texto é o excesso de relativismo moral que vem sendo disseminado nos últimos tempos, muitas vezes sob os disfarces da dita “diversidade”. O amor à polêmica, o narcisimo e a busca por visibilidade (ou “representatividade”, como alguns chamam) tem nos levado a criar uma espécie de “realidade alternativa” baseada em nossa visão de mundo e, dentro dela, enquadramos como “verdadeiro” somente aquilo que mais se assemelha aos nossos gostos e opiniões. 


Pratos caindo

Com isso, estamos (1) nos preocupando muito em atrair os holofotes e lutar qualquer luta que possa aparecer pelo caminho; (2) sendo demasiadamente guiados por nossas emoções – engodados pelo familiar e pelo que choca –, em vez de analisarmos criticamente os acontecimentos; (3) atraídos pelo lado escuro da empatia – convidados a simpatizar com vilões à medida que nos identificamos com suas histórias e, com isso, seduzidos a chamar o errado de certo, o mal de bem, e normalizar o que nunca foi normal; (4) a procurar culpa nos outros, quando, na verdade, não olhamos para nossa própria culpa. 


“De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” – Lamentações 3:39

Sessenta e Oito vs Sessenta e Nove

Como exemplo, diferente de Adão e Eva, que não assumiram suas culpas (cf. Gn 3:11-13), o rei Davi o fez, reconhecendo suas faltas e pecados diante de Deus (cf. 2Sm 24:17 e Sl 51). Temos também os bons exemplos dados por Esdras e Neemias em suas orações de confissão (cf. Ed 9:6-7 e Ne 1:6-7). Que com a graça que vem do alto, possamos fazer como eles fizeram. Sejamos coerente com o que pregamos – entendendo o contexto e a história de vida do outro –, mas sem nos esquecermos de requerer (e demonstrar) a coragem de, quando cometer um erro, assumir. 


“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do SENHOR. O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” – Atos 3:19 + Provérbios 28:13

A real é que tanto o relativismo quanto a falta de responsabilidade não funcionam. Compreender que infringimos um padrão e reconhecer essa infração são alguns dos primeiros passos dados por quem recebeu, pela fé e pela graça, o perdão de Deus. Enquanto não olharmos para a Verdade Absoluta revelada em Seu Filho – Jesus – e não entendermos que, se pecarmos, temos nEle graça e perdão, ficaremos cada vez mais escravos de nós mesmos, presos em nossas tolas revoluções – andando em círculos – e guiados por cegos que pensam estar “iluminando” nossas mentes. A Verdade, de fato, Só Cristo nos revela – quando, na verdade, Ele é a própria Verdade.

Quanto ao mundo, ele pode até mudar, mas não precisamos, necessariamente, mudar junto com ele. Em meio à nossa confusão, só Jesus pode nos levar das trevas para a Sua gloriosa luz. 

Que o Senhor nos ajude a viver em retidão.

Ele, o Deus Verdadeiro, é bom e Seu amor é eterno! =]

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