Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra
de todas. Salmos 34:19
Como é possível em tão poucas palavras
tanta coisa importante ser dita?
Em primeiro lugar, prometo que vou tentar
escrever pouco e não ficar com enrolação, ser direto mesmo. Em segundo lugar,
vou tentar honrar o título do post. E quase me arrependo de tê-lo escrito
assim, porque a primeira promessa é tão difícil quanto a segunda.
É impossível que alguém que tenha lido o
título não venha ler o artigo com expectativas baixas. Eu não viria, preciso
ser honesto. E você certamente está aqui para ler algo que, de fato, mude sua
vida de hoje em diante.
Sinceramente, eu não sei se vou conseguir.
A única coisa que posso prometer é tentar. Então, se você quiser me dar essa
chance, vamos fazer isso juntos.
Muitas.
Muitas é muitas. Muitas não é poucas.
Muitas também não é mais ou menos. Muitas também não é um número razoável.
Sabe, às vezes nós nos vemos cercados de muitas coisas que tiram a nossa paz e
nosso sossego que a vida perde o sabor.
Mas, apesar de serem muitas as coisas que vem
para nos abalar, nós podemos recorrer e contar com um Deus que vem para nos
ajudar quando estamos em apuros. Por mais que sejam muitas as coisas que estão
perturbando você, existe um Deus no céu que se importa e se preocupa com você.
São.
Eu já passei por muitas lutas no passado e
muitas delas deixaram marcas profundas em mim. Eu só estou aqui porque me
obriguei a crescer em meio às lutas e provações. Algumas delas vieram para me
arrasar mesmo, e a única saída era tentar extrair algo de bom, aprender uma
lição ou enxergar a oportunidade escondida dentro daquela dificuldade.
Mas, sabe o que é ilusório? É pensar que
quando vencemos uma luta, podemos relaxar e baixar a guarda. Não, senhor,
Soldado em serviço, alistado no exército do Senhor, não pode baixar a guarda. E
por que não pode? Porque as lutas “são” e não apenas “foram”.
Todo dia é uma luta diferente, uma nova
batalha e um confronto estranho que temos que vencer. Se ficarmos iludidos
pensando que as lutas foram apenas até ontem, as de hoje nos derrubarão e nos
vencerão. As lutas são grandes e traiçoeiras, e nós não podemos ser
despreparados nem estarmos desprevenidos.
Aflições.
Aflição é uma palavra interessante, que se
assemelha a flagelo. E na própria Bíblia o Senhor diz que aflige o justo para lhe
ensinar e corrigir. Portanto, aflição também é e pode ser um instrumento de
correção, que nos traz de volta ao caminho adequado, que nos tira da trilha
errada.
E aflição também pode ser entendida como
uma lixa para o nosso caráter, que vai nos limando e polindo, aparando as
arestas e dando-nos a forma e a aparência que Deus quer que tenhamos.
Enquanto estamos sofrendo o dano da lixa em
nós, somos afligidos, fustigados, mas estamos sendo preparados e moldados pelo
próprio Deus que, como um hábil artesão, vai nos moldando conforme sua vontade
e propósito.
Você sabia que um artesão, mesmo sem ter um
projeto em mãos, ele o tem na mente? Que, antes de concluir a obra de suas
mãos, ele já a concluiu em sua cabeça? Pois o mesmo serve para entender o
trabalhar de Deus que, como um habilidoso carpinteiro, dá forma à madeira
talhando-a para ficar, em suas mãos, conforme o projeto que concebeu em sua
mente.
Você não é um acidente, você é fruto de um
projeto. Porém, um projeto em andamento, um projeto inacabado. Mas, não se
preocupe: apesar de muitos dizerem que Deus é brasileiro, graças a Deus Ele não
é. Sabe por quê? Porque brasileiro gosta de começar um projeto e não terminar.
O país está cheio de obras faraônicas pela metade, inacabadas, como monumentos
ao desperdício.
Eu fico imaginando se as empreiteiras
brasileiras tivessem construído as pirâmides do Egito, nenhuma delas estaria de
pé hoje. Provavelmente nem em fotos as veríamos, porque teriam ruído antes de a
fotografia ter sido inventada. Elas seriam motivo de vergonha, em vez de
orgulho.
Mas você não é motivo de vergonha para
Deus. Ele ainda não terminou o que começou em você. Ele ainda está trabalhando,
Ele não conclui a obra iniciada, portanto suporte as marteladas e cinzeladas,
os pregos rasgando sua carne e a lixa arrancando seu couro. Faz parte, é
doloroso eu sei, mas o resultado final valerá a pena, você verá.
Mas.
Sobre mas eu tenho pouco a dizer. Mas, o
pouco que tenho a dizer talvez não lhe agrade. Sabe por quê? Porque o
brasileiro tem um problema com o mas. Ele não entende o mas, que deve ser um
ponto de inflexão tal como “era assim, mas agora é assim”. O brasileiro
substitui o mas por outra coisa totalmente diferente.
Ele chama o mas de “mais”. É como se eu
dissesse que, “em vez de querer isso, eu vou querer aquilo” afirmasse que “me
dê mais disso” que “vou continuar querendo isso”. Essa é a tragédia de tirar o
“mas” e por o “mais”. Sai o “tira” e entra o “bota”. Tira o “pára” e põe o
“continue”.
Mas você não é assim, não é? Ou você é
apenas mais do mesmo?
A única coisa que devemos querer menos mas
e querer mais mais é sobre Deus. E é aqui que pecamos. Quando se refere a Deus
eu sempre tenho um “mas”, um porém, um todavia. Em vez disso, eu deveria querer
mais de Deus, e menos de mim.
E você, quer mais de Deus ou quer Deus,
mas… vou pensar mais um pouco?
Senhor.
Senhor é senhor. Senhor não é senhora. E
Senhor muito menos é servo. Deus não obedece, Ele manda. E manda quem pode,
obedece quem tem juízo. Sabe por que tem que obedecer a Deus? Porque, se não
obedecer, vai ter juízo mesmo. Então ficamos assim, deixe Deus mandar e comece
a obedecer. Se você não tem juízo para obedecer a voz de Deus, saiba que um dia
você terá juízo por não tê-lo obedecido.
Então, juízo por juízo, é melhor ter juízo
agora para obedecer do que receber juízo amanhã por desobedecer, concorda?
Livra.
O Senhor nos livra, Ele nos liberta. Ele
nos faz livres. Um dia eu li sobre os convertidos nas prisões, que conheceram
Jesus ou se voltaram para Ele atrás das grades. E naquela reportagem falava de
um conhecido hino da Harpa Cristã, intitulado Conversão. E, nesse hino, havia
uma parte que fazia os presos chorarem de alegria e êxtase:
“Mas um dia senti, meu pecado e vi
Sobre mim a espada da lei
Apressado fugi, em Jesus me escondi
E abrigo seguro nele achei”
Eles, presos, cantavam de alegria, de
dentro da prisão, justamente porque conheceram alguém que os livrara do pior
algoz perseguidor que o homem pode conhecer: o sentimento de culpa.
Eles conheceram alguém que livra. E Jesus é
assim mesmo. Um dia Ele foi desafiado a descer da cruz e livrar a si mesmo e a
quem o desafiava. Mas decidiu ficar lá mesmo, na cruz, preso. E sabe por quê?
Será que Ele não tinha poder para descer da cruz? Mesmo com a carne retalhada,
com fome, sede e exausto? Sim, Ele tinha esse poder. Mas não quis usá-lo para
descer da cruz.
Ele usou o seu poder para continuar na
cruz. E sabe por quê? Porque era lá, na cruz, que estava o livramento para mim
e para você. Jesus escolheu ficar preso para me dar a liberdade. Ele ficou na
cruz para que eu não precisasse ser colocado lá. A cruz era minha, mas Jesus a
tomou para si. E hoje eu sou livre porque ele se entregou, aprisionou, por mim.
Todas.
Começamos este texto com muitas, lembra? E
comecei o texto prometendo poucas, não foi? E que essas poucas seriam boas,
recorda? E reconheci que eram coisas difíceis de se cumprir. Então, sabe como
eu vou terminar este texto que comecei com muitas, e que prometi poucas e boas?
Eu vou terminar assim: com todas.
Tudo o que Deus te prometeu Ele vai
cumprir. Tudo o que está na Bíblia, até as vírgulas e os tils, tudo. Vamos
colocar os pingos nos is: Jesus vai cumprir tudo, tintim por tintim. Sem faltar
nada, sem deixar nada para trás.
As forças armadas americanas possuem um
lema: “não deixar ninguém para trás”. Mas, nem sempre, claro, eles conseguem
cumprir com esse lema e, por força das circunstâncias e motivos de força maior,
acabam por quebrarem a promessa.
Mas, Jesus não. Ele prometeu e Ele vai
cumprir. Todas. Tudo. Tudinho, tudinho. Nada vai faltar. Ele não vai deixar
nada nem ninguém para trás.
Todas as promessas Ele vai cumprir. E de
todas as lutas Ele vai nos livrar.
Amém?
Publicado
pelo blog A Tenda na Rocha. Repostado pelo Eterno Inconformado.
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