#227. O inconsciente em forma de poesia

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#227. O inconsciente em forma de poesia

O que não me serve, rasgo, apesar de nunca poder esvaziar a lixeira. Redireciono ao inconsciente minha incapacidade de ser homem e as sujeiras acumuladas no eu que não hesita em brincar de esconde-esconde. Refiro-me aos desejos que poderiam ser conscientes, mas são reprimidos; tão tímidos que escapam da superfície, assim como o Cascão foge da chuva.

Falo de emoções que vis, banidas de liberdade, entalam-se na garganta por serem demasiadamente dolorosas ou imorais. Dignas de estranheza se a reação exceder o ato. Caso isso ocorra, tome nota: a ferida não está devidamente cicatrizada na parte de trás que traz o passado à tona; os medos da criança presa no interior de um homem, mascarado pelo eu que nunca foi meu e nunca me pertenceu.

E pensar que escrever parece fácil... quem dera fosse! Se pensas pensar, talvez você não saiba que o rascunho deste acróstico foi riscado inúmeras vezes. Sou tentado a temer que até aqui há interferências do dito cujo. E se queres mesmo saber, me pego espantado ao imaginar que um monstro seletivo dorme aqui dentro de minha cabeça.

Clique aqui para visualizar o texto acima em forma de acróstico.

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Este texto continuará em uma publicação futura na forma de uma carta aos filhos sem pais e de um diálogo à respeito da perda de sentimentos... 
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