#235. Não confunda

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#235. Não confunda

Não confunda produção com intimidade. Há muita coisa produzida hoje em nome de Deus. Todos os dias pessoas escrevem textos (como este), gravam músicas, preparam sermões, publicam livros, vão ao cinema, fazem compras, assistem séries, navegam na internet. O mundo não para. O consumo não para. A produção e o consumo tornam-se desenfreados em nosso tempo.

No capitalismo que vivemos hoje, não é novidade que esse tipo de coisa aconteça. Mas quando esse pensamento entra na igreja, precisamos temer – ou, ao menos, perceber o que isso altera na sua configuração e propósito.

Ansiamos ser úteis. Queremos produzir. Queremos fazer. Desaprendemos a arte do descanso. O que era prazer, tornou-se desespero. Não são raros os casos de ministros com síndrome de Burnout, que precisam esperar que o corpo sinalize para que parem tudo. E como é difícil parar.

Penso que parte desse problema pode ter relação com produção e intimidade, ou melhor, com a confusão gerada por esses termos. Nessa saga de produzir, vender, mostrar, comprar, cumprir agenda… perdemos a intimidade. Pensamos que nosso serviço a Deus pode substituir nosso tempo com Ele. Usamos o fato de “sermos usados” como álibi para relegar a segundo plano a oração e a leitura bíblica. Muitas vezes, acabamos caindo nas vãs repetições. A gente fala, prega e canta sobre o que já conhece – e fazemos isso repetidas vezes – mas destina pouco tempo para aprender coisas novas.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Se nossa produção interrompe nossa intimidade, é melhor pararmos de produzir, para que voltemos ao único Caminho com total devoção. Nem tudo que encontramos no secreto deve pertencer ao público, ainda que seja algo excelente. Busquemos por discernimento. É melhor gastarmos nosso tempo corrigindo os passos, do que chegar ao fim da nossa vida tendo produzido muito, mas se entregado muito pouco.

(Isadora Bersot)
Publicado pelo blog Para Tua Glória. Repostado pelo Eterno Inconformado.


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