Segundo o Dicionário, o termo “influência” significa
“o poder, a graça, a autoridade que alguém tem para produzir mudanças em alguma
circunstância ou em alguém”. Não há dúvidas de que essa capacidade é,
particularmente, poderosa nas mulheres. E, não precisamos da psicologia
comportamental para comprovar isso, a própria Bíblia nos mostra.
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Influência
negativa
Em Gênesis 3:1-3, Satanás usa a serpente
para falar com a primeira mulher. Seu desejo era que Eva, juntamente com Adão,
desobedecesse as ordens de Deus. Mas, se o homem era o responsável pelo jardim
do Éden, por que não falou diretamente com ele? Porque, provavelmente, sabia
que seria incapaz de convencê-lo, mas, convencendo sua mulher, ela se
encarregaria de fazê-lo. E assim foi. Convencida por Satanás, Eva não teve
muito trabalho para influenciar Adão: mostrou o fruto e ele o comeu.
Deuteronômio 7:1-4 apresenta outra
evidência da influência feminina, confirmada pelo próprio Deus. Na ocasião,
Moisés lia a Lei ao povo de Israel, dando-lhes um mandamento divino: “não tomaras mulheres cananéias para teus
filhos, porque desviarão seus corações de Mim e os inclinarão a seus falsos
deuses”. O interessante é que anos
depois o povo entra na terra; posteriormente, Davi reina, morre e deixa o
reinado nas mãos de Salomão, seu filho, e ele toma “setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres
estrangeiras lhe perverteram o coração a deuses estranhos. Seu coração deixou
de ser perfeito diante do Senhor” (Rs 11:3-4). Tal qual Deus havia dito.
Além disso, quem nunca ouviu acerca de Jezabel,
a instruída rainha que poderia ter usado seu poder para ajudar o governo do rei
Acabe, mas, em vez disso, usou a posição para promover o pecado em Israel? (I
Rs 21:25-26). Sua maldade foi tanta que, para conseguir o que queria, manipulou
o sistema de justiça, provocando a morte de Nabote (I Rs 21:8-10). Sua vida é a
justa definição do que é uma influência destrutiva.
Influência
positiva
Tais exemplos nos revelam uma verdade:
nossa influência pode ser agradável ou perversa, divina ou diabólica. Podemos
influenciar para a vida ou para morte, para a edificação ou para a destruição.
Por experiência própria, disse o rei Salomão: “uma mulher pode edificar sua casa, ou destrui-la com as próprias mãos”
(Pv 14:1).
Sendo assim, quero te apresentar cinco
mulheres que exerceram uma influência extremamente positiva, produzindo um
tremendo impacto sobre a nação de Israel e abrindo caminho para abençoar outras
mulheres da sociedade. Quem eram essas mulheres? Números 27:1-11 nos conta sua
história:
“E
chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de
Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José; e
estes são os nomes delas; Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza”.
Zelofeade, o pai de cinco moças, havia
morrido. Na época, somente filhos varões poderiam herdar a herança e, como ele
não tinha nenhum varão, os bens deveriam ser passados para seu irmão – ou outro
homem da família. Não havia segurança alguma para essas irmãs. Estavam perto de
chegar na terra prometida e, certamente, pensaram: “Sempre sonhamos com a terra que mana leite e mal, mas agora não teremos
parte nessa terra. Caminhamos por esse deserto, vimos nossa geração anterior
morrer, nosso pai morreu… e agora, o que será de nós?”.
Imagino que Maalá, Noa, Hogla, Milca, e
Tirza devem ter se entristecido profundamente, uma vez que assim determinava a
Lei. Será que elas deveriam se conformar em apenas sonhar? Penso que tal
questionamento deve ter assaltado seus corações; mas, entendendo que a
conformidade produz infelicidade e estancamento, elas decidiram confiar e
reivindicar a herança que, aparentemente, não lhes correspondia.
Há muito tempo a violação dos direitos da
mulher tem sido um problema. Especialmente, em países do Oriente, onde muitas
não tem nem mesmo o direito ao voto. Devido a isso, despertou-se na década de
60 um movimento (para alguns) “bem intencionado”, mas anti-bíblico em sua
essência: o feminismo, o qual ecoou: ”se
não nos dão, tomamos a força”. Assim, ao invés de buscarem respostas em
Deus preferiram a anarquia, saindo às ruas e querendo conquistar o mundo na
força do braço, o que produziu um desvio do projeto de Deus: já não queriam ser
edificadoras de lares.
Tal realidade nos ensina que quando
reivindicamos algo na força: o direito do merecimento, o direito de estar
certa, o direito de vingança, o direito de fazer do próprio jeito, se
estabelece uma anarquia espiritual, emocional e familiar. Se perde o propósito
de Deus! Contudo, as filhas de Zelofeade nos ensinam a forma correta de agir: não
murmurar, não fazer motim, não confrontar, mas levar a causa ao trono de Deus.
Quando assim fizermos descobriremos que nossas atitudes produzirão resultados
eficazes de influência, pois serão respaldadas pela fé e pela esperança. E “a esperança não nos decepciona” (Rm
5:5).
Características
de uma mulher influente:
Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza foram
capazes de influenciar positivamente – a ponto de terem suas histórias
registradas nas Escrituras – devido a uma série de boas virtudes que, hoje,
devem servir de exemplo para nós. Vejamos algumas delas:
1-
Discernimento e decisão
A influência requer discernimento e
decisão. O texto bíblico diz: “Se moveram
no tempo correto”. O verbo mover-se fala de decisão. “No tempo correto”
fala de discernimento. Isso nos leva à duas pergunta: Nós temos nos movido?
Temos discernido o tempo correto de agir? Decisões são importantes na vida.
Precisamos conhecer o Kairós de Deus:
o tempo perfeito para toda e qualquer situação (Ec 3:1). Precisamos discernir
quando Ele diz: “sim” e quando diz “não”. Quando Ele diz “vá” ou “não vá”. É
Deus quem abre a porta. Não podemos forcá-la para entrar.
Agindo assim, nossa voz influenciará, por
mais inexpressiva que pareça. Elas disseram a Moisés: “Queremos lhe expor uma causa e gostaríamos que a liderança da nação nos
ouvisse”. Elas pediram e, rapidamente, Moisés convocou os líderes.
Igualmente, em nossas casas, nossa voz tem uma influência convocatória. Quando
detectarmos algo errado, precisamos dizer: “devemos
orar, não brigaremos, vamos conversar”. Você verá que logo alcançará a paz
com teu esposo, filhos e conhecidos. Pois há sobre ti uma graciosa capacidade
de influência.
2-
Respeito às autoridades
Agora, por qual razão Moisés convocou os
sacerdotes, príncipes e toda a congregação para julgar a causa dessas mulheres?
Simplesmente, porque haviam demonstrado respeito pelas autoridades. Da mesma
forma, nossos pais são nossas autoridades, nossos esposos são nossas
autoridades, nossos pastores são nossas autoridades. Ou seja, para vir a Deus e
ter nossa causa aceita, precisamos honrar os que estão ao nosso redor. Sabendo
que é dando que ser-nos-á dado (Lc 6:38).
Além de tratarmos o próximo de forma
correta, precisamos também estar no lugar correto. Elas vieram “a porta do tabernáculo de reunião”, o
lugar mais importante para o povo de Israel, já que ali recebiam as instruções
espirituais. Será que na espera por uma resposta de Deus, você tem ido ao lugar
mais importante? Que lugar melhor que “a casa de oração” para buscar a vontade
de Deus? (Sl 84:3, 10).
3-
Visão e paixão
As cinco filhas de Zelofeade chegaram no
tempo correto, na pessoa correta e no lugar correto, simplesmente, porque
tinham uma visão.
Hoje, romantizam muito o conceito de visão,
mas, biblicamente, visão é a ponte que nos conecta aos propósitos de Deus. É
quando Ele põe algo em nosso coração e o faz bater mais forte. Infelizmente,
muitas mulheres cristãs andam “caçando” visões. Pulam de igreja à igreja,
dizendo: “profetiza qual é meu propósito”.
No entanto, a Bíblia é muito clara acerca dele. Ela já nos deu essa resposta.
Basta lermos Provérbios 31 e o descobriremos em detalhes.
De fato, quando sabemos quem somos em
Cristo e o que Ele espera de nós, não perdemos de vista o propósito celestial.
Nossos argumentos são cheios de fé. O inimigo tenta nos desviar, mas temos
versículos nos lábios, como Jesus no deserto. Aquelas cinco mulheres eram
assim! Tinham argumentos baseados nos princípios da Lei em seus lábios: ”nosso pai não esteve na rebelião dos filhos
de Coré; foi fiel a Deus” – disseram. Tinham a visão ajustada para crer que
Deus sempre coroa a fidelidade.
O maravilhoso nisso é que sua visão, foi
mantida pela paixão por aquilo que Deus já havia dito: Ele os faria entrar à
terra que mana leite e mal. Não se esqueceram da promessa feita a Abraão, a
Isaque e a Jacó. Ela estava em seus corações. E as cinco irmãs ansiavam ser
parte desta aliança. Certamente, Deus considerou: “como poderei esquecê-las? Elas creram em minha promessa!”.
4- Humildade
Números 27:5 conta que “depois que falaram, Moisés levou sua causa
diante de Jeová”. Pense por um momento: havia uma Lei que dizia “não”.
Seria prático para Moisés ter a causa por resolvida. Já havia uma instrução
“constitucional” para isso. Porém, seu coração se quebrantou pela humildade com
que se que apresentaram a ele. Isso o levou responder da seguinte maneira: ”espera um momento, permita-me consultar a
Deus sobre o seu problema”.
Ao reconstruir a narrativa bíblica, posso
visualizar Moisés dizendo: “Aqui estou,
Senhor. As filhas de um homem justo, que faleceu neste deserto, me pediram sua
herança. A questão é que não há filho varão, e a Lei diz que… “. E Deus lhe
interrompe para dar o veredito: “Elas
pedem o que é justo. Certamente, lhes darás possessão entre os irmãos de seu pai
e farás passar a elas a herança de seu pai” (Nm 27:7). Em questão de
segundos, Deus as ouviu!
Quando pedimos de maneira quebrantada, Deus
nos escuta. Pois, a um coração quebrantado e contrito, Deus não desprezará (Sl
51:17). As filhas de Zelofeade não precisaram da revolução do feminismo para
terem suas vozes ouvidas, elas simplesmente, precisaram se apresentar diante de
Deus com humildade.
5-
Perseverança
Recebida a resposta positiva da parte de
Deus, o tempo se passou. Moisés morreu antes de entrar em Canaã, e um novo líder levantou-se para
conquistá-la e reparti-la. Quando Josué o faz, algo acontece: ele se esquece da
sentença proferida por Moisés às jovens. Contudo, elas jamais se esqueceram do
que Deus lhes havia prometido. Logo, não desistiram de perseverar por sua
herança.
Ao lermos o capítulo 11 de Hebreus,
encontramos o relato de muitas pessoas que creram nas promessas. Em toda a
galeria dos “heróis da fé”, há muitos homens e poucas mulheres. Porém, o final
do capítulo fala de “outras”, “que possuíram reinos e terras, pela fé”. E me parece que essa descrição se encaixa,
perfeitamente, na história de Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. Pois “pela fé”,
perseveraram por sua terra:
Zelofeade
era filho de Héfer, neto de Gileade, bisneto de Maquir e trineto de Manassés.
Zelofeade não tinha filhos; só filhas. Os nomes delas eram Macla, Noa, Hogla,
Milca e Tirza. Elas foram falar com o sacerdote Eleazar, com Josué e com os
líderes e disseram: — O Senhor Deus ordenou que Moisés desse não só aos nossos
parentes do sexo masculino, mas também a nós uma parte da terra para ser nossa
propriedade. E, como o Senhor havia mandado, elas também receberam terras para
serem sua propriedade (Js 17:4).
Você tem perseverado no que Deus te
prometeu em Sua Palavra? Perseverado naquilo que o Senhor te mandou fazer?
Perceba que, no texto, o nome das filhas de Zelofeade foram repetidos. Quando
algo se repete nas literatura hebraica é porque merece ser destacado. É uma
forma de chamar a atenção para algo que não se deve ignorar. Logo, a fé e
perseverança destas mulheres merecem toda a nossa atenção. Seus nomes estão ali
para lembrarmos de não desistirmos; de que Deus jamais volta atrás com Sua
palavra. Por isso, Josué disse: “Conforme
o dito de Jeová, será feito”. Que tremendo! A última palavra vem de Deus!
6-
Disposição para abençoar
Quando lemos a conclusão desta história,
testemunhamos que a benção que veio sobre as irmãs abençoou, diretamente, a
vida de outras mulheres: ”A partir de
hoje isso será estatuto perpétuo”, disse o Senhor. Por meio de sua
disposição, estabeleceu-se uma nova lei em Israel: “Toda mulher que não tenha irmãos, herdará”.
Deus permitiu que elas abrissem caminho a
outras mulheres que não eram ouvidas; mulheres que não tinham direitos;
mulheres que não tinham voz em sua nação. As filhas de Zelofeade ansiavam pela
benção do céu para elas, mas também para outras pessoas. Da mesma maneira, Deus
te chama a abrir oportunidades para tuas irmãs, tuas tias, tuas filhas, tuas
amigas. Algo pode mudar na história delas – e até mesmo na sociedade – a partir
da tua disposição.
Influencie!
Se posso deixar à você somente uma palavra
será essa: Influencie! Tua influência pode mudar destinos, se a usar
biblicamente. Talvez você pense: “como
vou influenciar a sociedade se minha vida consiste nos afazeres de casa?”.
Mas, não veja teu tempo no lar como um tempo perdido, mas como uma
oportunidade.
Você sabe por que Moisés ouviu as filhas de
Zelofeade? Porque um dia havia sido influenciado por uma mulher que o ensinou a
buscar a Deus em todas as situações.
Lembra-se de Joquebede? Seu filho nasceu e
– devido as ameaças de Faraó – ela precisou escondê-lo numa arca de juncos por
três meses, num rio perigoso, cheio de cobras. Da mesma forma, haverão dias em
que colocaremos nossos filhos no mundo: numa universidade de filosofias
estranhas; num contexto impregnado de humanismo. Mas, se você influenciá-lo
bem, eles não se desviarão do caminho.
Deus colocou pessoas chaves no momento
chave: a filha de Joquebede, perto da filha de Faraó, a qual, encontrando o
menino, disse: “não tenho leite”. Ao
que Miriã disse: “conheço uma hebreia”.
E, logo, a própria mãe de Moisés, tornou-se sua babá.
Quanto tempo Joquebede amamentou Moisés até
entrega-lo à corte? Não sabemos! Mas ela o amamentou tempo suficiente para
influenciá-lo com a verdade. Assim, Moisés cresceu no palácio do Egito, comeu
como príncipe do Egito, se vestiu como príncipe do Egito, falou como um
egípcio, mas jamais foi um egípcio! Tudo porque uma mãe, enquanto amamentava,
dizia: “Apesar de viver entre eles, você
não é um deles”. “Teu Deus não é
Osiris, teu Deus é Jeová”. “Você
crescerá, Ele te chamara e você o obedecerá”.
E então quando vamos a Atos 8, na defesa de
Estevão, ele conta a história deste menino que cresceu na corte egípcia – e,
quando homem, julgou a causa dessas cinco mulheres: “Quando Moisés cumpriu 40 anos veio ao seu coração sua identidade”.
Logo, Moisés chegou a ser o que foi porque um dia alguém o influenciou: sua
mãe, uma mulher aparentemente iletrada e insignificante.
Querida irmã, você foi desenhada pelo
grande arquiteto do Universo para influenciar positivamente tua casa, igreja,
trabalho e demais áreas da sociedade. Que o propósito de Deus se cumpra em tua
vida como se cumpriu em Joquebede para com Moisés e nas filhas de Zelofeade
para as mulheres de Israel!
Publicado
pelo blog Adornadas Pela Graça. Repostado pelo Eterno Inconformado.
Muito forte essa palavra Deus vos abençoe.
ResponderExcluirAmém! Obrigado pela visita e pelo comentário!
ExcluirNo site de onde este texto foi retirado tem outras postagens bem edificantes: http://www.adornadaspelagraca.com/2018/03/15/influentes-como-as-filhas-de-zelofeade/
Que o Senhor vos abençoe em dobro! =]
Que mensagem abençoada
ResponderExcluirGlória a Deus! Obrigado pela visita!
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