#270. Êxodo: A Saída

Há um povo que, outrora escravo, hoje é livre para servir por amor ao Seu libertador.

Sim, o Deus Santo escolheu um povo para si e prometeu estar entre eles. Já percebeu que não é de hoje que Ele busca relacionamento com os Seus? A presença de Deus, que havia se perdido no Jardim do Éden, é restaurada como o aspecto central da existência do povo de Israel. Êxodo narra como Deus vence faraó e todos os deuses que ele representa. Mais ainda, esse livro relata o relacionamento desse Deus com o Seu povo, e dos detalhes que levaram à libertação milagrosa de Israel enquanto eles sofriam no Egito. É essa Presença de Deus entre o povo que os distingue de todos os outros povos.

Em Êxodo 3:8, vemos Deus apresentar Seu propósito de redenção. Mais à frente, em Êxodo 12:23, vemos Ele falar dessa redenção através do sangue. Deus se revela aos israelitas e dá-lhes a Lei da aliança para que eles tenham sempre em mente que foi Deus quem os tirou com mão forte da casa da escravidão, porque Ele os amou e quis manter o juramento que havia feito a seus pais. Porém mais do que estabelecer uma aliança, o próprio Deus quis fazer morada com Seu povo. É quando Ele estabelece o tabernáculo como o lugar da Sua presença e estabelece as diretrizes de adoração em Israel.

“E o SENHOR nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres;” – Deuteronômio 26:8

Apesar de ver Deus agir constantemente entre eles, Israel era um povo obstinado e tendia a murmurar e se rebelar contra Deus. Ainda assim, Ele sempre age com juízo e misericórdia para com o Seu povo. É nas páginas de Êxodo que há o prenúncio da libertação através do derramamento de sangue, o que no Novo Testamento acontece quando Jesus, o primogênito de Deus, assume o papel do cordeiro e derrama o Seu sangue.

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.” – Colossenses 1:14,20

O capítulo 24 de Êxodo mostra o consentimento de Israel na aliança com o Senhor através da aspersão de sangue e de uma refeição dos anciãos de Israel na presença de Deus [já imaginou um banquete com o Senhor?! =].

O livro de Êxodo serve também como um comparativo da peregrinação de Israel no deserto com a peregrinação da noiva de Cristo, a igreja, aqui no mundo rumo à Nova Jerusalém, agora no céu. Repare que o livro que começou com escravidão e demasiada tristeza termina no capítulo 40 com a manifestação da glória de Deus! Antes de se prepararem para caminharem rumo a Canaã, a Terra Prometida, a glória do Senhor enche o tabernáculo e deixa para o povo um sinal de que agora eles estão prontos para iniciarem a peregrinação. O lembrete aparecia na forma de uma nuvem de dia, e de uma coluna de fogo à noite.

P.S: É em Êxodo que somos apresentados a Moisés, um israelita criado como um egípcio cheio de regalias, mas que assume a causa do seu próprio povo. Moisés é mais um homem improvável, assim como aqueles citados em Gênesis, usado tremendamente por Deus para manifestar Sua glória e poder.

Referências:

(1) FEE, Gordon; STUART, Douglas. Como ler a Bíblia livro por livro: um guia de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2013.

(2) Site Desfazendo Contradições - www.dc.golgota.org.