De
nada vale termos todas as outras coisas se não tivermos o que nos distingue
como filhos de Deus: a Presença dEle. Isso nos ensina a priorizar nosso
relacionamento com Ele e cumprirmos a missão de espalhar o Seu reino.
A fim de entendermos melhor o contexto do
livro de Ageu, vamos recapitular o básico da história bíblica até o momento:
Deus elegeu Israel como Seu povo, resgatou-lhes da escravidão no Egito e
levou-lhes à Terra Prometida. Entretanto ao chegarem em Canaã, o povo começou
um processo de deterioração, divisão e idolatria. Por conta disso, Deus enviou
Seus profetas, conclamando-os ao arrependimento, mas o povo contumaz e rebelde
foi levado cativo – parte para a Assíria, parte para a Babilônia –, porém Deus
lhes prometera que os traria de volta para sua terra natal, o que, de fato, Ele
cumpriu, como sempre cumpre Suas promessas. É nesse cenário de retorno do
exílio que se situam os livros de 1 e 2 Crônicas,
Esdras e Neemias, onde
o povo precisava recomeçar sua vida e reconstruir os muros de Jerusalém, como
você pode acompanhar nos estudos sobre esses respectivos livros.
Como você pode perceber, Ageu (e Zacarias)
profetizaram nos tempos de Esdras. O povo havia retornado de 70 anos no cativeiro
e estavam começando um processo de reconstrução da cidade, do templo e de suas
casas, porém em dado momento, eles deixaram de reconstruir o templo em
Jerusalém para cuidarem de suas próprias casas. Um lembrete aqui é muito
importante: o templo era o lugar da presença de Deus, onde o povo deveria se
reunir para adorá-Lo – o que acabava por distinguir Israel de todas as outras
nações: Deus habitava entre eles! –, e era por estarem falhando em priorizar o
mais importante que as coisas outras não estavam fluindo.
Dito isso, já sabemos que a questão
principal trazida pelo profeta Ageu é encorajar Zorobabel (o governador), Josué
(o sumo sacerdote) e o povo a continuarem a reconstrução do templo,
exortando-os a lembrarem-se do seu passado e de que aquela seca que eles
estavam enfrentando era uma consequência do rompimento da aliança, conforme
mencionado em Deuteronômio 28:38-40. A essa mensagem, o povo responde de forma
favorável.
“Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos, segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais.” – Ageu 2:4-5
Na certeza de que o Espírito de Deus estava
presente entre eles, o povo não precisava temer e poderia seguir adiante na
reconstrução. Ezequiel 40-43 também traz visões a respeito da restauração do
templo, e nessa certeza, Deus lhes diz que a glória do templo reconstruído será
maior que a do primeiro, antes da destruição. Imagine, então, Jesus assumindo o
papel do templo e anunciando-nos que hoje os verdadeiros adoradores não
precisam ir até o templo para adorar ao Senhor, mas em espírito e em verdade,
por meio dEle, o Pai é adorado! (Leia
João 2:18-22 e 4:19-24)
O livro de Ageu prossegue com regras
sacerdotais sobre a pureza/impureza cerimonial, onde Deus diz que a partir
daquele dia, Ele os abençoaria e a maldição da seca passaria a ser revogada.
Por fim, Deus dá uma palavra de ânimo tremenda para Zorobabel, dizendo ao
governador que ele seria abençoado e que foi Ele mesmo, o próprio Deus, quem o
escolhera. Com isso, há um futuro glorioso para o povo de Deus, o que também é
um prenúncio da vinda de Cristo, pois por meio da esperança do presente tem-se
a glória no futuro.
Referências:
Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia
de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.
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