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#170. Preto ou Branco?

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#170. Preto ou Branco?

Confesso que preto é minha cor preferida! Para mim, ele deixa tudo mais bonito, mais alegre, mais energético, mais emocionante que menino estranho é este? (e olhe que nem sou gótico!). Todavia, apesar desse meu gosto humano, sei que para a eternidade Papai do céu nos dará vestes brancas, mais tão brancas e alvas, que nenhum homem poderia branqueá-las de tal forma (leia Marcos 9:3), e é óbvio que estar com Ele para sempre será muito, muito épico!

Usando agora as cores como princípios para gostos pessoais, é claro que há os que preferem determinadas coisas pela sua essência e os que as odeiam pelo mesmo motivo. Como disse, amo preto, mas há os que o detestam, e isso é extremamente normal! É uma marca da pluralidade humana por suas personalidades singulares, e justamente por essas diferenças de pessoa para pessoa que também existe o desrespeito e julgamento com base em opiniões que são pessoais, mas tratamos como princípios universais e verdades absolutas.[1] Há ainda os princípios científicos referentes ao espectro de cores que diz que a cor branca reflete a luz, enquanto que a cor preta a absorve. Diante disso, uma pergunta: para você, o que significa ser cristão?

Talvez, o senso comum seja o de rotular como “crentes” todos aqueles que, sem exceção, confessam publicamente que aceitaram a Cristo como único e suficiente Salvador. O problema é que ao limitarmos a vida com Cristo a somente uma confissão seguida de hábitos típicos (que, se não tivermos cuidado, podem se tornar estereótipos), poderemos pensar que ser cristão é ter uma rotina de igreja, porte de Bíblia, vocábulos típicos de evangélicos e acreditarmos em coisas que a Bíblia não diz, mas que por conta de tradições humanas poderão se tornar um “manual para crentes” e, com isso, a verdade bíblica é deixada de lado (enquanto pensamos cumpri-la).

muro preto e branco

Ao priorizarmos bênçãos, tradições humanas, o pode/não pode e qualquer outra coisa que não seja o relacionamento vivo e ativo com Deus, iremos julgar erroneamente quem não se enquadrar nas regras que nós mesmos seguimos. Dois casos assim são citados na Bíblia, em Lucas 15:1-10 e Atos 10 (indo até meados do capítulo 11). Na primeira passagem, Jesus estava conversando com publicanos e pecadores (aqueles que hoje, chamamos de “do mundo”). Os fariseus, tirados a perfeitinhos, começaram a criticar o Mestre; foi quando Ele começou a contar algumas parábolas relacionadas aos perdidos, aqueles que, verdadeiramente, precisavam ser salvos e curados. Uma dessas parábolas refere-se a uma mulher que perdeu uma dracma dentro de sua própria casa, e é com ela que podemos nos comparar se perdermos tempo julgando os que andam na linha e os que aprontam dentro da igreja. Ao fazer isso, estamos nos perdendo dentro da nossa própria casa. Se você está nessa situação, você precisa se encontrar com Jesus, porque é encontrando-se com Ele que você se encontrará de verdade! A segunda passagem, em Atos, é semelhante, pois fala do julgamento que Pedro recebeu pelos próprios irmãos da fé por ir anunciar o Evangelho aos gentios, povos que não eram judeus. Alguns versos depois, após Pedro se explicar (isso já em Atos 11), é relatada a primeira vez em que os seguidores de Jesus passam a ser chamados de “cristãos” (Atos 11:19-30). Ao ler essa passagem, note que eles passaram a ser chamados de cristãos em uma cidade grega; até então, o Evangelho só havia sido anunciado em maior parte aos judeus e à galera ali da região mesmo, mas ainda não tinha ido aos outros cantos do mundo. Certamente, nossos antigos irmãos foram chamados de cristãos porque eles estavam imitando ao nosso Mestre, o Rei Jesus, e isso incluía imitá-Lo fora do ambiente “padrão” dos crentes.

“Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.”
(1 João 3:10-11)

É aí que entram todos os princípios de o que é ser cristão: imitar a Cristo, copiá-Lo. Viver para a glória de Deus, conhecê-Lo, amá-Lo e obedecê-Lo. E isso não se aprende da noite para o dia ou com base no que homens dizem o que você deve ou não fazer. O princípio básico do cristianismo é entender que somos pecadores por natureza, que não podemos salvar a nós mesmos e necessitamos de um Salvador, Salvador este chamado Jesus. E se priorizarmos qualquer coisa que não seja um relacionamento de amor com Ele, guiado pela fé e pela graça, estamos fazendo tudo errado! É conhecendo Ele dia após dia, através da Palavra e da oração, que, gradativamente, crescemos na fé e conhecemos todos os outros princípios de santificação, renúncia, amor ao próximo e tudo mais.

Sugestão de leitura: Hebreus 5

Para finalizar o texto, retornemos à questão envolvendo julgamentos dentro da nossa própria família de fé: pare de querer que os outros sejam iguais a você. Tal como o cão que não vai embora enquanto você lhe dá pedaços de carne, assim é o ódio que você insiste em alimentar e não te deixa em paz. Pare de bater palmas em pregações exortativas, achando que os irmãos precisam de conserto e devem ouvir aquilo, porque quem precisa ser consertado é você! Se você quer ver outros mudados, comece você a ser mudado! Até porque é o Dono da colheita quem separará o joio do trigo (leia Mateus 13:24-30). E se você quer usar vestes brancas no céu, pare de absorver o ódio. Ainda que você use roupas pretas, (literalmente falando), vista o branco (espiritualmente falando) e comece a refletir a Luz do alto.

Que o Eterno nos ajude. Ele é bom.
Que Ele te abençoe e te guarde! =]

[1] P.S.: Este texto tem como base o respeito ensinado em Romanos 14, onde Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina a tolerar quem tem pensamentos diferentes dos nossos no que tange ao que, de fato, permite diferentes possibilidades de preferência, por assim dizer. É muito importante destacar que, nesta publicação, não estamos defendendo o relativismo moral, muito menos a quebra de princípios inegociáveis e inalteráveis presentes na Palavra de Deus. Flexibilidade para entender o outro é, sim, importante (#156), mas há situações em que o que existe é o preto e o branco somente, sem gradação de cinza (#155). Que o Senhor nos ajude a discerni-las.

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