O processo de recordação envolve a recodificação de um
estímulo, trazendo-o da memória de longo prazo para a memória de curto prazo.
Tal processo pode trazer informações distorcidas dos fatos e lembranças
relacionadas a esses mesmos fatos, visto que durante a memorização de alguma
situação, o que mais te interessou pode ter sido armazenado junto a estímulos
paralelos captados pelos outros sentidos no momento da codificação original. É
por esse motivo que ouvir uma música, sentir um cheiro ou ver determinado
objeto nos remete a tantas outras situações.
“Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei.” – Lamentações de Jeremias 3:21
São as memórias que nos permitem fazer comparações entre o
que é o que se passou. É essa capacidade que nos permite usar no presente
informações de experiências passadas e, ainda, planejar o futuro. À primeira
vista, lembrar de muita coisa parece vantajoso, mas os detalhes profundos de
memórias profundas podem ser negativos por levar-nos a ignorar o presente e
realizar comparações, em algumas situações, desnecessárias.
Trechos do texto “A memória que glorifica a Deus” de Jonas Justiniano:
“A fé cristã sempre foi reconhecida como uma fé de memória.
Deus constantemente nos ordena a lembrarmos de seus feitos, seja para
glorificá-Lo mais intensamente seja para, quando enfrentando as desgraças da
vida, recordarmos de seus grandes feitos realizados no passado, fazendo com que
nosso coração se acalme e nossa alma descanse. A constante recordação da Obra
Divina não é uma tarefa fácil para o cristão, tendo em vista a nossa
predisposição ao esquecimento. Nós, como pecadores, também temos nossa memória
afetada pelo pecado.
A força da tentação e a opressão das provações muitas vezes
nos cegam, fazendo com que aquilo que Deus já fez por nós seja completamente
esquecido. Este texto objetiva desafiar-nos a constantemente lembrarmos daquilo
que o Todo Poderoso já fez por nós, para que assim venhamos a fugir do
pecaminoso esquecimento que assola nossa mente e todos os dias nos faz negar a
Onipotência Divina.
Moisés foi um instrumento poderoso nas mãos de Deus para
operar maravilhas no meio do povo de Israel. Ele foi escolhido pelo Senhor para
salvar Seu povo dos Egípcios. Como é de nosso conhecimento, foram diversos os
milagres operados por Deus até o momento em que o povo se corrompeu. [...] Ao
tirar o povo do Egito, o Senhor os fez peregrinar pelo deserto sob uma coluna
de fogo que os aquecia à noite, e sob uma nuvem para que, à tarde, o sol não os
molestasse tanto (Êxodo 13:21). Mesmo diante de tamanha maravilha, capaz de
alimentar a fé de um indivíduo por toda a vida, ao verem que Faraó havia
decidido persegui-los, o povo interpelou a Moisés dizendo: “Não havia sepulcros
no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos
fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no
Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos os egípcios? Pois que melhor nos fora
servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.” (Êxodo 14:11-12). Esse tipo
de perversidade é muito comum na peregrinação de Israel.
O povo constantemente se esquecia dos benefícios dados pelo
Senhor, ainda que claros e extraordinários, quando provações o oprimia.
Certamente não estamos em uma posição superior aos filhos de Israel, pois
sempre procedemos da mesma maneira. O fato é que o Senhor, demonstrando sua
Graça, Misericórdia e Poder, reverte uma situação que, humanamente falando, é
impossível. O Senhor abriu o mar vermelho, destruiu o império de Faraó e o povo
passou a salvo (Êxodo 14:21-31). O Senhor ainda operou mais milagres no meio do
povo, como a transformação da água amarga em potável (Êxodo 15:25), a água que brotou
da rocha (Êxodo 17:6) e a chuva de pão do céu (Êxodo 16:11-15). Sobre este
último, é importante lembrar que ocorreu justamente porque Israel havia
murmurado de novo (Êxodo 15:3).
Pensem bem: é racional e lógico, diante de tantos sinais
claros e poderosos, que comprovam o amor, o zelo e o poder de Deus,
simplesmente esquecer-se de tudo e conscientemente opor-se ao Altíssimo com
tanta ousadia e perversidade? Onde estava o temor do povo? Será que eles
sofreram uma espécie de amnésia coletiva, ou simplesmente a multidão era tola o
suficiente para voluntariamente apagar Deus de suas memórias?”
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia, que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.” – Salmos 103:2-5
Trechos do texto “A memória que glorifica a Deus” de Jonas Justiniano:
“Eu não sei, você que está lendo este texto, pelo que você
está passando, mas eu o escrevi com o objetivo de exortá-lo a lembrar-se de
tudo o que o Senhor tem feito por você. Ele tem sido bondoso em sua vida antes
mesmo de você ser concebido. Ele cuida todos os dias da sua saúde, mantém-no de
pé, faz o seu coração bater, alimenta-o, alegra-o, coloca pessoas que o amam ao
seu redor e o enche de vida.
Entretanto, não se esqueça: quando a provação vier, como
rolo compressor pronto para oprimi-lo, lembre-se de que o Senhor é a sua força
e alegria. Traga à memória o Amor e a Graça Divina. Permita-se recordar apenas
aquilo que lhe dará esperança. Lembre-se de Cristo e de Seu sacrifício. Jamais
proceda como os filhos de Israel; antes, movido pelo mesmo sentimento de
Jeremias, recorde-se do Favor de Deus e espere a resposta dAquele que se lembra
de você.”
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