Precisamos
levar nosso relacionamento com Deus a sério, principalmente porque já sabemos o
que Ele quer de nós.
Não é certo o momento quando o livro de
Malaquias foi escrito (parece que ele escreveu em algum momento depois de Neemias), mas sua mensagem é certa: era preciso um serviço genuíno
de entrega e adoração ao Senhor quando, na verdade, o povo estava desprezando
Sua aliança e agindo como se não O conhecessem. Ele, por ser santo e justo,
promete redimir aqueles que se mantiverem fiéis e julgar com justiça os
desobedientes.
“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor?” – Malaquias 1:6a
A mensagem trazida por Malaquias acontece
em meio a uma desilusão espiritual do povo. Parece que eles cansaram de Deus e
de obedecê-Lo. É quando seis questões são tratadas entre Deus e o povo, e eles,
os israelitas, como se nada estivesse acontecendo, se fazem de desentendidos e
respondem com algo do tipo “como assim?” ^.~ Vejamos:
1. O
povo duvida do amor de Deus (Ml 1:2-5)
Aqui Israel questiona a Deus sobre Seu amor
e lealdade. O Senhor responde mostrando toda a justiça que Ele fez contra os
edomitas – um dos maiores inimigos de Israel –, conforme profetizado por Obadias.
2.
Os sacerdotes não amam a Deus (Ml 1:6 – 2:9)
Agora era a vez de Deus perguntar ao povo
se eles O amavam, visto que eles achavam que não estavam desprezando o Nome do
Senhor. É quando Deus lhes responde afirmando que eles O desprezam por lhe
darem qualquer coisa, ofertando-Lhe animais defeituosos – isso era tão
degradante que nem mesmo aos príncipes eles ousariam apresentar tal oferta –. Diante
de tamanha deslealdade contra Deus, o melhor a se fazer era fechar o templo,
visto que eles estavam envergonhando o Nome de Deus (leia Ml 1:10-14). Já os nove primeiros versos do segundo capítulo
do livro trazem uma série de admoestações para que os sacerdotes corrijam suas
práticas. Pesado!
3. Casamento
misto e divórcio (Ml 2:10-16)
Nesse ponto, o povo é exortado a respeito
do casamento com os pagãos – que eles sabem que tratam-se de práticas ilícitas
(leia Deuteronômio 7:3-4) – e do
divórcio (repudiar sua esposa judia para se casar com uma pagã), o que
constituia idolatria e, consequentemente, os levaria (como, de fato, levou) ao
sincretismo.
“[...] portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” – Malaquias 2:16b
4.
Questionando a justiça de Deus (Ml 2:17 – 3:5)
Nesse ponto o povo diz que os maus são bons
e, mais ainda, questionam a Deus o porquê de (na visão deles) os maus serem
prósperos, acusando, assim, Deus de injustiça. O Senhor lhes responde afirmando
que Ele virá como um fogo purificador e essa vinda resultará em sacrifícios
aceitáveis (em contraste com aqueles mencionados no segundo ponto) e em juízo
contra toda forma de injustiça.
“Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” – Malaquias 3:6
5. O
povo está agindo injustamente e precisa voltar para Deus (Ml 3:6-12)
A responsabilidade e a culpa era do povo,
não de Deus. Num convite a retornarem a Ele, Deus lhes diz que eles precisam
deixar a injustiça e agir com retidão, provendo os levitas e os pobres por meio
dos dízimos que eles estavam retendo (leia
Nm 18:21-32 e Dt 14:28-29), assim, a maldição pela deslealdade à aliança seria
removida e as nações veriam novamente Deus abençoando o Seu povo.
6.
Palavras agressivas contra Deus (Ml 3:13-4:3)
O povo estava dizendo que era inútil
servi-Lo, afinal os ímpios e soberbos prosperavam, então por que servi-Lo? (Um parêntese rápido: leia o Salmo 73) Mas
Deus lhes responde que um dia verão a diferença entre o que serve e o que não
serve, pois haverá um julgamento para os maus, e para os justos nascerá o Sol
da Justiça, o que lhes conferirá salvação!
“E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.” – Malaquias 3:17
O livro de Malaquias termina com menções a Moisés
(simbolizando a Lei) e a Elias (simbolizando os Profetas), lembrando ao povo
que eles precisam guardar a aliança da Lei e aguardar a vinda de um segundo
Elias que prepararia o caminho para um grande dia, um dia em que Seu Filho
viria trazer salvação para os Seus.
E dessa forma terminamos o Antigo Testamento:
com a promessa de que Jesus viria. E, de fato, Ele veio – como o Novo
Testamento nos mostra –, como veremos nos próximos textos da história de Deus.
REFERÊNCIAS:
Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia
de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.
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