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#312. Malaquias: O Cinismo

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#312. Malaquias: O Cinismo

Precisamos levar nosso relacionamento com Deus a sério, principalmente porque já sabemos o que Ele quer de nós.

Não é certo o momento quando o livro de Malaquias foi escrito (parece que ele escreveu em algum momento depois de Neemias), mas sua mensagem é certa: era preciso um serviço genuíno de entrega e adoração ao Senhor quando, na verdade, o povo estava desprezando Sua aliança e agindo como se não O conhecessem. Ele, por ser santo e justo, promete redimir aqueles que se mantiverem fiéis e julgar com justiça os desobedientes.

“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor?” – Malaquias 1:6a

A mensagem trazida por Malaquias acontece em meio a uma desilusão espiritual do povo. Parece que eles cansaram de Deus e de obedecê-Lo. É quando seis questões são tratadas entre Deus e o povo, e eles, os israelitas, como se nada estivesse acontecendo, se fazem de desentendidos e respondem com algo do tipo “como assim?” ^.~ Vejamos:

1. O povo duvida do amor de Deus (Ml 1:2-5)
Aqui Israel questiona a Deus sobre Seu amor e lealdade. O Senhor responde mostrando toda a justiça que Ele fez contra os edomitas – um dos maiores inimigos de Israel –, conforme profetizado por Obadias.

2. Os sacerdotes não amam a Deus (Ml 1:6 – 2:9)
Agora era a vez de Deus perguntar ao povo se eles O amavam, visto que eles achavam que não estavam desprezando o Nome do Senhor. É quando Deus lhes responde afirmando que eles O desprezam por lhe darem qualquer coisa, ofertando-Lhe animais defeituosos – isso era tão degradante que nem mesmo aos príncipes eles ousariam apresentar tal oferta –. Diante de tamanha deslealdade contra Deus, o melhor a se fazer era fechar o templo, visto que eles estavam envergonhando o Nome de Deus (leia Ml 1:10-14). Já os nove primeiros versos do segundo capítulo do livro trazem uma série de admoestações para que os sacerdotes corrijam suas práticas. Pesado!

3. Casamento misto e divórcio (Ml 2:10-16)
Nesse ponto, o povo é exortado a respeito do casamento com os pagãos – que eles sabem que tratam-se de práticas ilícitas (leia Deuteronômio 7:3-4) – e do divórcio (repudiar sua esposa judia para se casar com uma pagã), o que constituia idolatria e, consequentemente, os levaria (como, de fato, levou) ao sincretismo.

“[...] portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” – Malaquias 2:16b

4. Questionando a justiça de Deus (Ml 2:17 – 3:5)
Nesse ponto o povo diz que os maus são bons e, mais ainda, questionam a Deus o porquê de (na visão deles) os maus serem prósperos, acusando, assim, Deus de injustiça. O Senhor lhes responde afirmando que Ele virá como um fogo purificador e essa vinda resultará em sacrifícios aceitáveis (em contraste com aqueles mencionados no segundo ponto) e em juízo contra toda forma de injustiça.

“Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” – Malaquias 3:6

5. O povo está agindo injustamente e precisa voltar para Deus (Ml 3:6-12)
A responsabilidade e a culpa era do povo, não de Deus. Num convite a retornarem a Ele, Deus lhes diz que eles precisam deixar a injustiça e agir com retidão, provendo os levitas e os pobres por meio dos dízimos que eles estavam retendo (leia Nm 18:21-32 e Dt 14:28-29), assim, a maldição pela deslealdade à aliança seria removida e as nações veriam novamente Deus abençoando o Seu povo.

6. Palavras agressivas contra Deus (Ml 3:13-4:3)
O povo estava dizendo que era inútil servi-Lo, afinal os ímpios e soberbos prosperavam, então por que servi-Lo? (Um parêntese rápido: leia o Salmo 73) Mas Deus lhes responde que um dia verão a diferença entre o que serve e o que não serve, pois haverá um julgamento para os maus, e para os justos nascerá o Sol da Justiça, o que lhes conferirá salvação!

“E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.” – Malaquias 3:17

O livro de Malaquias termina com menções a Moisés (simbolizando a Lei) e a Elias (simbolizando os Profetas), lembrando ao povo que eles precisam guardar a aliança da Lei e aguardar a vinda de um segundo Elias que prepararia o caminho para um grande dia, um dia em que Seu Filho viria trazer salvação para os Seus.

Os princípios não estão a fim de ficar por último.

E dessa forma terminamos o Antigo Testamento: com a promessa de que Jesus viria. E, de fato, Ele veio – como o Novo Testamento nos mostra –, como veremos nos próximos textos da história de Deus.

REFERÊNCIAS:
Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.  
Os outros textos que tratam da visão geral de cada um dos 66 livros da Bíblia podem ser encontrados aqui.
Você pode ler outros textos:

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