#285. Ester: O Propósito

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#285. Ester: O Propósito

Da prisão para um palácio. Deus tem seus propósitos e não devemos nos desesperar ou enxergar tudo como perdido se Ele está conosco. A prisão pode ser uma ponte. Uma ponte pro lugar que cabe a nós habitar, segundo a vontade dEle.¹

"Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;" – 2 Coríntios 4:9

Ester conta a história do livramento dos exilados de Judá espalhados por todo o Império Persa, que foram, assim, salvos da aniquilação (Fee e Stuart, 2013). O livro traz como personagens principais o rei Assuero; seu servo, Hamã; um judeu, Mardoqueu; e sua sobrinha, Ester (além de Deus, é claro – que mesmo não tendo Seu Nome mencionado no livro, é quem faz toda a história fluir). A história ainda traz outros personagens, como a rainha Vasti, mas o enredo se desenrola mais especificamente através dos personagens supracitados.

Ester: O Propósito

O livro traz muitas mensagens ricas que poderiam ser trazidas em um estudo mais detalhado, mas nesse momento nos atentaremos mais especificamente a uma visão geral do conteúdo de Ester. De modo geral, o livro mostra que Deus permitiu que Mardoqueu e Ester fossem retirados de sua terra para estarem em outro ambiente a fim de usá-los para algo muito maior que suas próprias vidas. A propósito, recomendo este texto do site Cristianismo Ativo para você entender com mais detalhes o que acontece na história do livro de Ester.

O confronto

Leia a passagem a seguir:
“Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.” – Ester 4:13-16

Particularmente, vejo o trecho acima como a passagem mais forte do livro de Ester (e um dos mais fortes de toda a Bíblia). Esses versos nos mostram o quanto Ester optou pelo confronto ao invés do conforto, bem como o quanto devemos entender o que deve ser feito quando se tem poder e influência (a propósito, leia este texto onde conversamos sobre esse tema). Saber isso nos livra de entender a mensagem do livro de Ester como uma mensagem de autoexaltação e vingança contra aqueles que nos perseguem. Você percebe que não tem nada a ver com isso quando no final do livro, Mardoqueu é exaltado, mas ele entende que essa é uma oportunidade que ele tem de honrar a Deus e ajudar o seu povo, ou seja, é entender propósitos, confronto e, mais importante ainda, o controle soberano que Deus tem sobre tudo e todos e o cuidado dEle para com Seu povo.


Ter um propósito é saber o que você deve fazer mesmo quando as coisas não parecem muito claras.

Após um período de oração e de jejum, Ester – sabendo que poderia morrer ao entrar na presença de Assuero sem sua permissão – confia em Deus e arrisca sua vida a fim de pedir livramento para seu povo. E Deus concedeu a graça necessária para que ela fizesse o que precisava ser feito. Na verdade, a graça e a mão do Senhor estão o tempo todo agindo desde o princípio da história e durante todo seu desenrolar. A própria simpatia que Ester emanava, certamente, era reflexo de um relacionamento pessoal dela para com Deus ao passo em que Hamã sempre busca sua própria glória.

“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” – Provérbios 16:18

O fim de Hamã também nos alerta para não cairmos em nós mesmos e não pensarmos o tempo todo em nossos interesses particulares, o que é contrastante com as ações de Mardoqueu e de Ester que colocaram a vida do seu povo acima de suas próprias vidas.

Chegando ao final do livro, um detalhe interessante do penúltimo capítulo é que após lutar e vencer, os judeus não pegaram os despojos da batalha, nem se interessaram pelos bens e pela casa de Hamã, uma atitude bem diferente daquela tida por Saul após vencer os amalequitas e o rei Agague – de quem Hamã era descendente – em 1 Samuel 15.

A festa do Purim

“Como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa, para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros, e dádivas aos pobres.” – Ester 9:22

Em suma, o livro de Ester traz relatos para sabermos hoje (e em qualquer tempo) o quanto Deus é bom. Assim como a festa do Purim servia como um lembrete daquele livramento para os judeus, a mensagem na íntegra reforça o quanto devemos confiar no Senhor e passemos a agir com humildade, paciência, sabedoria e nunca esquecermos de Sua soberania e graça! =]

“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” – Romanos 15:4

REFERÊNCIAS:
Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.

¹ Alguns trechos deste texto são oriundos de um estudo realizado com meu amigo, Leonardo Gomes, um dos colaboradores aqui do Eterno Inconformado.

Os outros textos que tratam da visão geral de cada um dos 66 livros da Bíblia podem ser encontrados aqui.

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