Da
prisão para um palácio. Deus tem seus propósitos e não devemos nos desesperar
ou enxergar tudo como perdido se Ele está conosco. A prisão pode ser uma ponte.
Uma ponte pro lugar que cabe a nós habitar, segundo a vontade dEle.¹
"Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;" – 2 Coríntios 4:9
Ester conta a história do livramento dos
exilados de Judá espalhados por todo o Império Persa, que foram, assim, salvos
da aniquilação (Fee e Stuart, 2013). O livro traz como personagens principais o
rei Assuero; seu servo, Hamã; um judeu, Mardoqueu; e sua sobrinha, Ester
(além de Deus, é claro – que mesmo
não tendo Seu Nome mencionado no livro, é quem faz toda a história fluir). A
história ainda traz outros personagens, como a rainha Vasti, mas o enredo se desenrola mais especificamente através dos
personagens supracitados.
O livro traz muitas mensagens ricas que
poderiam ser trazidas em um estudo mais detalhado, mas nesse momento nos
atentaremos mais especificamente a uma visão geral do conteúdo de Ester. De
modo geral, o livro mostra que Deus
permitiu que Mardoqueu e Ester fossem retirados de sua terra para estarem em
outro ambiente a fim de usá-los para algo muito maior que suas próprias vidas.
A propósito, recomendo este texto do site Cristianismo Ativo para você entender com mais detalhes o que
acontece na história do livro de Ester.
O
confronto
Leia a passagem a seguir:
“Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.” – Ester 4:13-16
Particularmente, vejo o trecho acima como a
passagem mais forte do livro de Ester (e um dos mais fortes de toda a Bíblia).
Esses versos nos mostram o quanto Ester optou pelo confronto ao invés do
conforto, bem como o quanto devemos entender o que deve ser feito quando se tem
poder e influência (a propósito, leia este texto onde conversamos sobre esse tema). Saber isso nos livra de entender a mensagem
do livro de Ester como uma mensagem de autoexaltação e vingança contra aqueles que nos perseguem. Você percebe
que não tem nada a ver com isso quando no final do livro, Mardoqueu é exaltado,
mas ele entende que essa é uma oportunidade que ele tem de honrar a Deus e
ajudar o seu povo, ou seja, é entender propósitos, confronto e, mais importante
ainda, o controle soberano que Deus tem sobre tudo e todos e o cuidado dEle
para com Seu povo.
Após um período de oração e de jejum, Ester
– sabendo que poderia morrer ao entrar na presença de Assuero sem sua permissão
– confia em Deus e arrisca sua vida a fim de pedir livramento para seu povo. E
Deus concedeu a graça necessária para que ela fizesse o que precisava ser feito.
Na verdade, a graça e a mão do Senhor estão o tempo todo agindo desde o
princípio da história e durante todo seu desenrolar. A própria simpatia que
Ester emanava, certamente, era reflexo de um relacionamento pessoal dela para
com Deus ao passo em que Hamã sempre busca sua própria glória.
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” – Provérbios 16:18
O fim de Hamã também nos alerta para não
cairmos em nós mesmos e não pensarmos o tempo todo em nossos interesses
particulares, o que é contrastante com as ações de Mardoqueu e de Ester que
colocaram a vida do seu povo acima de suas próprias vidas.
Chegando ao final do livro, um detalhe
interessante do penúltimo capítulo é que após lutar e vencer, os judeus não
pegaram os despojos da batalha, nem se interessaram pelos bens e pela casa de
Hamã, uma atitude bem diferente daquela tida por Saul após vencer os
amalequitas e o rei Agague – de quem Hamã era descendente – em 1 Samuel 15.
A
festa do Purim
“Como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa, para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros, e dádivas aos pobres.” – Ester 9:22
Em suma, o livro de Ester traz relatos para sabermos hoje (e em qualquer tempo) o quanto Deus é bom. Assim como a festa do
Purim servia como um lembrete daquele livramento para os judeus, a mensagem na
íntegra reforça o quanto devemos confiar no Senhor e passemos a agir com
humildade, paciência, sabedoria e nunca esquecermos de Sua soberania e graça!
=]
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” – Romanos 15:4
REFERÊNCIAS:
Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia
de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.
¹ Alguns trechos deste texto
são oriundos de um estudo realizado com meu amigo, Leonardo Gomes, um dos
colaboradores aqui do Eterno Inconformado.
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