É
preciso que vivamos de maneira reta, justa e santa, sem nunca perder de vista
um estilo de vida que honre ao Senhor verdadeiramente e o amor ao próximo,
afinal Ele pode usar as nossas vidas para abençoar a vida de outros.
O livro de Miquéias traz três oráculos que
alternam entre denúncias contra Israel e Judá – por conta de pecados como a
idolatria e a injustiça social (já condenados por Oséias e Amós) e palavras
de esperança futura, de que as nações seriam abençoadas através de Israel e,
sobretudo, por meio do rei messiânico que viria, enfatizando, assim, a grande
misericórdia do Senhor. Essas três seções do livro podem ser identificadas
através da expressão “ouvi [vós]” encontrada nos versos 1:2; 3:1 e 6:1, o que será
mais detalhado adiante.
A primeira
série de oráculos e a primeira palavra de esperança
A primeira seção do livro de Miquéias
compreende os dois primeiros capítulos, sendo que entre Mq 1:2 – 2:11,
encontramos a primeira série de oráculos contra o povo, onde o profeta
pronuncia o juízo de Deus contra Samaria e Jerusalém (as capitais dos reinos de
Israel e de Judá). No capítulo 2, encontramos algumas razões para esse juízo:
os senhores da terra eram injustos e falsos profetas se aliaram com eles a fim de
extorquir e roubar o povo. Essa primeira seção termina com uma promessa de
restauração futura (Mq 2:12-13).
A segunda
série de oráculos e a segunda palavra de esperança
Os capítulos 3 – 5 abrangem a segunda seção
do livro, onde o capítulo 3 traz a segunda série de oráculos. Aqui Miqueias trata
dos líderes e profetas. Esperava-se que ensinassem o que é certo e justo (Mq
3:1), mas eles mesmos promoviam a injustiça social e a perversão de direitos,
pois além de falsos profetas, eram mercenários. A segunda palavra de esperança
está contida entre os capítulos 4 – 5, com a promessa de que o Messias
restaurará Sião e as nações se reunirão para ouvir a Palavra de Deus que sairá
de Jerusalém. É o anúncio da chamada dos gentios e da instituição do reino de
Jesus.
A terceira
série de oráculos e a terceira palavra de esperança
A terceira e última seção de Miquéias é
composta pelos capítulos 6 – 7. Enquanto o Senhor, através da vida de Miquéias,
proclama juízos ao povo, esse opta por se defender com promessas de mais
religião, mas Deus lembra-lhes de que eles já sabem o que deve ser feito:
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” – Miquéias 6:8
No decorrer da seção, ainda notamos que
tanto Israel quanto Judá agiram com desonestidade (Mq 6:9-11), violência e
mentira (Mq 6:12) e viram suas famílias se deteriorarem (Mq 7:5-6). E
finalizando a seção, a última palavra de consolo remete ao caráter
misericordioso e perdoador do nosso Deus, como expresso em um dos mais famosos
versos de Miquéias:
“Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” – Miquéias 7:18-19
Para finalizar este texto, salienta-se que
o contexto geral de Miqueias nos ensina que como Deus prometeu a Abraão, em
Gênesis 12:3, que abençoaria as nações, esse é o principal papel do rei
messiânico prometido pelo Senhor: Ele seria o instrumento de Deus para trazer
paz para as nações. Isso também nos mostra de forma prática que nosso Deus é
Deus de justiça e misericórdia, logo Ele exige o mesmo do Seu povo – foi
exatamente esta uma das falhas de Israel e Judá: não olhar para o próximo de
maneira humilde e agir de forma justa –.
REFERÊNCIAS:
1. Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia
de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.
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