Se
não dizer “não” agora, quando?
Mais do que cumprir ordens, obedecer é se
sujeitar à autoridade incontestável e soberana de Deus com temor e tremor, de
forma tal que nossos fins estejam de acordo com os princípios de Cristo, nosso
maior referencial de obediência ao Pai.
Acontece que o mundo está, cada vez mais,
indo de mal a pior. Dia após dia, somos instados a desobedecer; a acreditar que
toda coragem é virtude e, assim, quebrar regras e violar princípios; a mudar
junto com o mundo (e nos perder junto com ele). Tudo se torna um péssimo convite
a desafiar o Criador.
“[...] se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” – Mateus 15:14b
Ninguém sucumbe de um dia para o outro. Grandes
mudanças não acontecem da noite para o dia. Como exemplo, veja que poucos
anos separam os eventos narrados no fim de Deuteronômio do início do livro de
Juízes na cronologia bíblica. O contraste é nítido: ao passo que Deuteronômio
é um lembrete sobre a obediência, Juízes, por
sua vez, mostra como o povo passou a desobedecer.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” – Mateus 7:21
É tendo em vista a importância da devida
obediência ao Rei Jesus, que elencamos alguns alertas no decorrer deste texto, a
fim de, com responsabilidade, trilharmos o caminho da retidão. Vejamos:
#1. Tenha ciência do que Deus já fez e não
esconda Seus feitos
Leia
Salmos 78:1-8 e Juízes 2:10-12
Pouco tempo após entrar na Terra Prometida
e ver Deus cumprir a promessa de que lhes daria um terra excelente, Israel
desandou. O povo já havia falhado outras vezes, mas, após a morte de Josué, a
complacência e a desobediência tomou conta dos israelitas. Um dos grandes
problemas aqui foi desconhecer a própria história e – o que é pior –
desconhecer o próprio Deus. Tome nota: se focarmos apenas em ter êxito
em tudo o que fizermos, em conquistar nossos objetivos de vida sem nos importarmos
com o processo e sem nos relacionarmos com Deus, em algum momento, vamos
quebrar a cara.
“E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel. Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do SENHOR; e serviram aos baalins. E deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a eles; e provocaram o SENHOR à ira.” – Juízes 2:10-12
#2. Redobre a atenção nos momentos de
instabilidade
Leia
Números 25
Os israelistas sabiam que eles eram o povo
escolhido de Deus e que, entre eles, não deveria haver mistura. Saber, até
sabiam, mas, na prática, a situação era outra. Em Números 25, você vê os
israelitas se prostituindo com mulheres moabitas – essas mulheres incentivavam
os homens de Israel a se inclinarem a falsos deuses e cometer, assim, idolatria.
As consequências provenientes dessa falta de obediência foram devastadoras para
o povo, mas uma das coisas mais estarrecedoras nesse capítulo é a petulância, a
audácia com a qual um casal, Zimri e Cosbi, age enquanto o povo está sofrendo
ao redor.
“O seu coração está dividido, por isso serão culpados;” – Oséias 10:2a
Leia Números 25:6 e perceba o atrevimento
deles: o povo estava chorando por conta da triste consequência de seus pecados,
e, enquanto isso, Zimri leva Cosbi para sua tenda (possivelmente, para ter
relações sexuais com ela). Parênteses: culpa de quem incentivou e,
também, de quem ouviu o incentivo.
Inconformado ao ver tamanha insolência, Finéias,
neto do sacerdote Arão, deu um basta naquilo, e a situação se abrandou. Ponto
para Finéias – que entendeu que inconformismo é diferente de rebeldia e,
aliando coragem e sabedoria, fez o que precisava ser feito.
Leia
também:
#3. Tome cuidado com quem você se associa
Leia 1
Reis 12:1-15, 1 Crônicas 19:1-4 e 2 Samuel 13:1-29
A grave situação envolvendo os israelistas
e outros povos também nos ensina a ter cuidado com
quem nos relacionamos. É preciso sabedoria e prudência para discernirmos
boas amizades de pessoas que podem nos induzir a fazermos o que desagrada a
Deus. Importante: você pode até ser induzido e receber péssimos conselhos e
ofertas, mas cabe a você aceitar ou não tais propostas.
“O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.” – Provérbios 13:20
A respeito disso, na Bíblia, encontramos alguns
exemplos de pessoas que deram ouvidos a conselhos tolos:
• Roboão, filho do rei Salomão, foi
aconselhado pelos anciãos a responder ao povo de forma branda, mas, em vez
disso, ele fez o que seus amigos insensatos lhe aconselharam, tratando o povo
com rispidez e violência. Sua fala foi o estopim da divisão de Israel.
• Diante de uma atitude de gratidão e apoio
demonstrada pelo rei Davi, Hanum, filho do rei Naás – um grande amigo de Davi
–, ouviu de seus homens que toda aquela demonstração de honra dada por Davi era
fingimento, e que os mensageiros mandados pelo rei de Israel eram espiões, mas,
na verdade, não era nada disso. Dando crédito aos seus empregados, Hanum fez
algo muito feio: ele menosprezou os servos de Davi, raspando-lhes metade da
barba e cortando-lhes partes das roupas. Isso provocou uma guerra entre Davi,
os amonitas e os sírios.
• Amnom era um dos filhos do rei Davi. Ele tinha
uma irmã chamada Tamar, a qual estrupou após ouvir um péssimo conselho de
Jonadabe, alguém que ele chamava de amigo. Uma das trágicas consequências desse
desvario cometido por Amnom foi que ele morreu a mando de seu próprio irmão,
Absalão. Se Jonadabe fosse, de fato, um bom amigo, ele alertaria Amnom de que
tudo aquilo causaria um incesto. Em vez disso, ele alimentou os pensamentos
maus de Amnom, e o resultado, você sabe, foi fatal.
“Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” – Provérbios 27:5-6
#4. Busque conhecer, amar e obedecer a Deus
Leia Deuteronômio 6
Dentre tantas estratégias que usamos para
fugir de nossas responsabilidades, costumamos racionalizar as coisas, certo? Entretanto,
buscar justificativas para nossos erros só nos prende em um círculo vicioso.
Somos pecadores, e o pecado desagrada a Deus. Somos, sim, perdoados e
justificados por Jesus; guiados e preservados pelo Espírito Santo, e é
justamente pela certeza desse amor, por gratidão, que devemos fugir da
desobediência. Sobre isso, deixo como sugestão este
texto do blog Adoradores e o trecho abaixo, do blog Cristolizada:
“Não é que Ele não possa perdoar nossos pecados; é que
o pecado pode nos prender tão tenazmente que chegamos ao ponto em que não mais
o vemos como pecado, nos afastando completamente de Deus.” – Blog Cristolizada
#5. Aprenda a esperar (isso pode te livrar do
caminho da depravação)
Leia 1 Samuel 13:8-14
Famílias – e a própria definição de família – estão na mira dos que promovem a desobediência. Muitos têm vivido na libertinagem, sem se importar com o que é certo nem com o que é errado (e isso, muitas vezes, pode ser fruto da impaciência e do imediatismo, embora esse não seja o único motivo). Somos chamados a fazer diferente, a sermos diferentes; a crermos e permanecermos firmes e inabaláveis, mesmo diante da confusão e da crise de valores morais que têm assolado o mundo.
Tudo tem seu tempo e seu propósito. Não seja
“devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de
primogenitura.” (Hb 12:16). Guarde
teu coração em firmeza de propósito. E, como fizeram Daniel e José, homens de
caráter e fiéis ao Seu (e nosso) Deus, não se alie ao mundo; não se corrompa
com os costumes do nosso tempo (ou de tempos passados) nem com a maldade de
onde você possa estar.
Não
troque o que é duradouro e eterno por algo passageiro e imediato.
Que a cada dia, o Senhor nos ensine a, em
amor e em conhecimento, obedecê-Lo.
Porque Ele é bom. E Seu amor é eterno! =]
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