#345. Um homem à imagem de Jesus, uma família para a glória de Deus

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#345. Um homem à imagem de Jesus, uma família para a glória de Deus

Nada como uma família comum vivendo uma vida comum para a glória de Deus. 

Não são apenas o adultério, o divórcio, o álcool, as drogas e outras atitudes relacionadas à desobediência humana os motores por trás das tentativas de destruição de famílias mundo afora. Assim como as faltas, os excessos caracterizam essa carência humana de um referencial, de um padrão que, na verdade, já existe – padrão esse a nós concedido pelo Criador. Se em outros tempos o que imperava era um excesso de regras, o problema hoje parece ser fruto de um excesso de permissividade – e isso só aumenta a crise existencial do ser humano, levando-o a um círculo vicioso de desobediência e de devassidão, quando o que ele precisa, na real, é conhecer Deus e Seus princípios. 

Fato é que, com o devido ensino e modelo, podemos aprender e viver esses princípios de obediência dentro de casa (veja o exemplo de uma excelente criação de filhos em Jeremias 35). Sim, sabemos que muitas famílias parecem não se assemelhar ao que espera de um lar, mas há esperança, e é por isto que este texto foi escrito. Porque cremos que Deus é bom e que nenhum dos Seus planos pode ser frustrado – o que inclui a própria família, um de seus mais lindos projetos.

Uma família para a glória de Deus! \o/

Saber governar a própria casa envolve equilíbrio

Comecemos falando dos benefícios de uma família bem ajustada, onde, segundo a Psicologia do Desenvolvimento, um determinado estilo de criação – o autoritativo (ou democrático, como aparece na maior parte dos textos sobre o tema) se destaca por estar mais associado à propiciação de benefícios e fatores de proteção para os filhos. Pais que usam esse estilo de criação sabem muito bem quando restringir e quando apoiar. É uma relação de equilíbrio, pois esses pais são afetuosos, e, também, sabem ser firmes quando necessário. Eles têm expectativas realistas e sensatas dos seus filhos, que, por sua vez, tendem a se sentir mais seguros e desenvolver maior competência social, visto que lhes são dadas regras claras e coerentes. Eles tanto sabem que são amados quanto sabem o que se espera deles. 

“[Pais autoritativos] são amorosos e tolerantes, mas também exigem bom comportamento e são firmes para manter padrões. Eles impõem punições limitadas e criteriosas quando necessário, dentro do contexto de um relacionamento carinhoso e apoiador. Eles dão preferência à disciplina indutiva, explicando o raciocínio por trás de sua posição e encorajando o diálogo.“ (Papalia & Feldman, 2013, p. 303) – com base nos estudos de Diana Baumrind, John Martin e Eleanor Maccoby. 

Diferente do estilo de criação autoritativo, existem mais três estilos de criação que podem ser prejudiciais ao desenvolvimento saudável dos filhos (é uma possibilidade, não há relações de causa e efeito aqui). Além desses outros estilos de parentalidade nocivos, neste texto também abordaremos mudanças sociais que visam minar o conceito de família e corromper os princípios que Deus estabeleceu para essa que, quando bem estruturada[1], é a base de uma sociedade saudável. 

Problema #1 – Uma criação negligente

Diferente dos lares onde predominam os excessos de regras ou de permissões – como veremos mais adiante –, existem aqueles onde os pais não se fazem presentes. Eles até convivem com os filhos, mas faltam envolvimento e um tempo de qualidade a ser desfrutado com eles[2]. Esse estilo negligente de criação pode ocorrer por mais de um fator, e, certamente, o estresse e a correria do cotidiano colaboram para essa omissão dos pais na criação e no quanto de atenção eles dão aos seus filhos. 

Pais negligentes costumam se preocupar mais com suas próprias necessidades do que com as de seus filhos. É importante se atentar a isso porque essa omissão pode ser prejudicial para a família. Procure interagir com teus filhos, escutá-los, se fazer presente de verdade (e não deixar que uma tela ocupe a maior parte do tempo deles quando esse tempo poderia estar sendo aproveitado entre eles – teus filhos – e você). Conte histórias. Fale de Deus, fale dos feitos dEle. Compartilhe tuas experiências de vida. Conte a eles tuas vitórias e derrotas. Abra teu mundo para eles. Permita que eles te escutem e escute-os também. Fale da graça. Fale de Jesus. E mais do que dar presentes, se faça presente. 

Problema #2 – Uma criação autoritária

Um estilo de criação autoritário é marcado por muita punição e pouco diálogo. Em lares marcados por esse excesso de rigor, os filhos podem crescer desconfiados, como se qualquer coisa fosse o estopim para eles se questionarem se estão “andando na linha” ou não. Além disso, filhos que cresceram com uma criação autoritária podem não saber fazer escolhas por conta própria. 

Em casos assim, é importante saber que medo e respeito não são a mesma coisa. É preciso diálogo, identificação, convívio. Quando não há essa identificação entre pais e filhos, quando só se pune um filho sem que ele saiba por que foi punido, o que sobra é o medo. E quando temos medo de algo, a tendência é buscarmos repelir aquilo que nos causa medo. 

Em vez de ensinar a ter medo, os pais devem ensinar seus filhos a respeitá-los – sendo eles, os próprios pais, pessoas respeitáveis, capazes de modelar e de serem, eles mesmos, modelos de comportamentos que se assemelhem aos de Jesus. 

Problema #3 – Uma criação indulgente

Uma criação marcada pelo excesso de permissividade – onde os pais até sabem que o que seus filhos estão fazendo é errado, mas, ainda assim, toleram a execução desses erros – pode deixar os filhos confusos quanto ao que deve ser feito em dadas situações, além de fazê-los pensar que eles podem tudo, quando isso não é verdade. 


”Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinquenta homens, que corressem adiante dele. E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim?” – 1 Reis 1:5-6a


Em vez de adotarem esse estilo indulgente, os pais devem orientar seus filhos, sinalizando, esclarecendo o que é certo e o que é errado, além de envolvê-los e encorajá-los na realização do que é certo e justo (desde pequenas responsabilidades domésticas a lidar com os desafios do mundo). Ademais, esse excesso de permissividade nos leva ao nosso próximo tópico. 

Problema #4 – Não assumir responsabilidades

Estamos protegendo demais. Esse excesso de proteção e de empatia tem colaborado para, dentre outras coisas, que os adultos jovens posterguem as responsabilidades da vida adulta, se desprendam de compromissos e do desejo de formar uma nova família. Esse adiamento traz consigo a ideia de que se casar e formar família é algo antiquado. Isso contribui para que a maioria dos jovens passe a viver em uma promiscuidade desenfreada, comportando-se como um monte de impulsivos e imaturos que só pensam em sexo e nada mais! 

Para esses (e tantos outros), comportamentos pecaminosos passaram a ser comuns (comportamentos estranhos e desviantes passam a ser vistos como “normais” quando feitos em grupo), e isso, de certa forma, faz esses jovens pensarem que não há mais um padrão moral de conduta para, assim, fazerem o que bem quiserem sem pensar em responsabilidades ou consequências, o que gera o problema de uma adolescência sem fim de eterna dependência na casa dos pais. 

É só questionar o rumo que a sociedade vem tomando ao achar tranquilo que um homem com mais de vinte e poucos anos de vida, sem independência financeira, com todas suas despesas custeadas por seus pais, vivendo de modo desregrado e libertino, sem pensar em casamento ou paternidade e sem assumir responsabilidade alguma continue morando com seus pais. É a Síndrome de Peter Pan em nível global, e isso é muito, muito preocupante! Esse é um dos vários motivos pelo qual é importante preparar os filhos desde cedo a honrar Jesus em tudo o que fizerem, além de, claro, ensiná-los a lidar com os desafios do mundo e a serem maduros e idôneos. 

Problema #5 – A inversão de valores

Com a mudança de percepção que o mundo vem tendo a respeito da moralidade, surge também a falácia de que o patriarcado é algo ruim e que deve ser combatido – como se o fato de homens terem preeminência no liderar de suas famílias fosse a raiz do problema, quando, na verdade, o que deve ser questionado não é a primazia da liderança masculina em si, mas toda e qualquer liderança cruel e agressiva, independentemente de ela ser exercida por um homem ou por uma mulher. 

Apesar das críticas que esse modelo tem recebido, fato é que famílias precisam de pais presentes, de homens que conduzam seus lares[3] e liderem suas esposas e seus filhos, dando suas vidas pelos seus da mesma forma que Jesus fez por nós, Sua Igreja (veja Ef 5:22-33; Cl 3:18-21; 1Tm 3:12; Tt 2:3-5 e 1Pe 3:1-7). Sem esse referencial, a sociedade entra em colapso – e é por isso que o inimigo e o mundo vêm atacando seriamente o conceito de masculinidade e de família, espalhando mundo afora que a autoridade masculina é “tóxica”, que o homem não tem caráter, e, com isso, o verdadeiro conceito de masculinidade – um equilíbrio entre bravura e gentileza – vem se fragmentando. 

Como dito no início do texto, equilíbrio é fundamental – não só na criação dos filhos, mas também na condução do lar como um todo. Em vez de excessos ou faltas, o homem deve ser a imagem de Deus no lar, sendo firme e amoroso, afinal, se um homem for bravo demais, ele será desrespeitoso com sua esposa e filhos; se for gentil demais, não terá o brio de saber tomar decisões, de liderar e impulsionar os seus. 

Quanto aos problemas já existentes, se um homem não trata bem sua família, cabe a nós, hoje, ensinar aos pequenos o que é ser um homem de verdade. É quando corrigimos o nosso conceito do que é ser homem, moldando-nos à imagem e semelhança de Jesus, aprendendo com nosso Senhor o que é liderar, o que é servir, o que é amar, que temos respaldo para entender os desígnios que Deus estabeleceu para o casamento e para a família. 

Plante a boa semente hoje e prepare tesouros eternos para a tua descendência


“[...] não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.” – 2 Coríntios 12:14b


Apesar da necessidade de prover recursos materiais e dar uma boa educação, os pais também devem investir na vida afetiva e no caráter de seus filhos, tendo um tempo de qualidade com eles, ensinando e sendo modelos de fé, santidade, caráter, justiça, integridade, respeito, paciência, humildade e, acima de tudo, o mais importante tesouro: o temor a Deus, sendo eles, os pais, exemplos vivos de amor a Cristo e ao próximo. Tudo isso começa dentro de casa!

Os valores temporais não podem se sobrepor aos valores eternos

Por fim, como supracitado, o mais importante: acima de qualquer coisa, os pais devem, desde cedo, orar por (e com) seus filhos, apresentar-lhes o plano de salvação pela graça e pela fé em Jesus e instrui-los de que nosso coração deve estar nas coisas do alto, escondido em Deus. Indubitavelmente, este é o maior tesouro que os pais podem dar aos seus filhos: o conhecimento do Senhor, nosso Pai celeste, de quem somos totalmente dependentes. 

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência. Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR." - Provérbios 9:10 + Salmos 128:1-4


REFERÊNCIAS: 

Jesus, meu Senhor e Salvador, e Sua Palavra. Ele me mostrou que, com Deus, eu posso aprender (como, de fato, tenho aprendido) o que é ter um Pai. A Ele toda glória e todo o louvor hoje e sempre, porque Ele é bom e Seu amor é eterno! =]

Missão dos pais - Entesourar para os filhos. (2012). Fonte: Arão e Elzi: http://araoeelzi.blogspot.com/2012/01/missao-dos-pais-entesourar-para-os.html

Oliveira, M. C. (2020). Sexo livre e a geração de pais ausentes. Fonte: Gospel Prime: https://www.gospelprime.com.br/sexo-livre-e-a-geracao-de-pais-ausentes/

Papalia, D. E., & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano (12ª edição). Porto Alegre: Artes Médicas. 

Rodrigues, M. (2017). Os inimigos da masculinidade cristã. Fonte: O verbo: https://overbo.news/os-inimigos-da-masculinidade-crista/ 

Rodrigues, M. (2019). Masculinidade tóxica: uma das maiores falácias desta sociedade pós-moderna. Fonte: O verbo: https://overbo.news/masculinidade-toxica-uma-das-maiores-falacias-desta-sociedade-pos-moderna/ 

Satanás está atacando a masculinidade bíblica, alerta pastor. (2019). Fonte: O verbo: https://overbo.news/satanas-esta-atacando-a-masculinidade-biblica-alerta-pastor/ 

Whitworth, L. (2007). Cavalheirismo e Masculinidade Cristã. Fonte: Internautas Cristãos: https://www.internautascristaos.com/textos/artigos/cavalheirismo-e-masculinidade-crist



[1] Não troque as lições de uma vida pelas novidades afoitas de experiências novas em lugares novos com pessoas novas. Antes de tratar bem as pessoas de fora, trate com mais amor ainda aqueles que convivem contigo (fizemos um poema metafórico sobre isso neste texto).

[2] Você, meu caro, que é casado, procure também ter um tempo de qualidade diário a sós com tua esposa. Isso é muito importante. A propósito, falando em casamento, casal heterossexual é pleonasmo (leia este texto sobre Cantares), assim como ou se nasce homem ou se nasce mulher (também temos um pequeno texto sobre isso).

[3] Por mais que muitas mães tenham criado seus filhos sozinhas, é responsabilidade do homem prover e proteger seu lar (você pode ler mais sobre isso neste texto).

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