#321. Gálatas: A Liberdade Plena

Jesus é suficiente! É extremamente importante que entendamos o que a cruz significa e nunca nos envergonhemos dela!

Cuidado com falsos ensinamentos!

Nem tudo o que parece é. Infelizmente, é possível que enganemos tanto a nós mesmos quanto a tantos outros ao ensinarmos um cristianismo vazio e insosso, onde a mensagem da cruz não está presente. É em um cenário bem semelhante a esse que o apóstolo Paulo escreve sua carta aos irmãos da Galácia: eles estavam se deixando levar pelas pregações de alguns “missionários cristãos” que estavam ensinando-lhes a adotarem a prática da circuncisão como um pré-requisito para a salvação e para um relacionamento com Deus. Ademais, esses falsos mestres também estavam pervertendo a autoridade apostólica de Paulo.

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” – Gálatas 1:8-9

Em resposta, Paulo escreve sua vigorosa e contundente carta aos gálatas, afirmando que a mensagem pregada por ele não era uma mensagem proveniente dos homens, mas, sim, de Deus, visto que os falsos “missionários” pensavam que Paulo aprendeu o Evangelho com os outros apóstolos e distorceu a mensagem, o que, de fato, não aconteceu. Ainda assim, é mister apontar o caráter humilde de Paulo ao atribuir honra aos outros apóstolos, reconhecendo que eles, na pessoa de Pedro, tinham a responsabilidade de anunciar o Evangelho aos judeus, ao passo em que ele, Paulo, era responsável por anunciar o mesmo Evangelho aos gentios.

Se vive uma nova vida pela fé e pela graça!

Assim como no livro de Romanos, justificação é uma palavra-chave de grande importância no livro de Gálatas. Somos justificados e perdoados diante de Deus, não por conta das nossas obras e esforços em cumprir a Lei, mas somente pela graça que nos foi dada gratuitamente através do sacrifício vivo de Jesus na cruz do Calvário. A Lei não podia produzir tamanha justiça, mas o Espírito Santo – que nos é dado pela fé no Filho de Deus – pode, logo, redimidos e transformados, não somos mais escravos, mas, sim, livres e salvos! O problema é que esse – o cerne incontestável do Evangelho – estava sendo comprometido pelos falsos profetas ali na Galácia. Basicamente, é como se eles ensinassem que crer em Jesus não fosse o suficiente para estar em paz com Deus. Em outras palavras: eles estavam ensinando que a cruz foi inútil! Percebe o quão pesado e sério isso é?!

” Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.” – Gálatas 6:12 (grifo nosso)

Usando argumentos fortes e bem embasados, o apóstolo Paulo explica que a Lei funcionava como uma espécie de “supervisora” até a vinda de Cristo. A argumentação continua com o apóstolo afirmando que a Lei não se baseia na fé, mas na sua prática, logo, se a salvação dependesse de praticar o que a Lei diz, seria necessário praticá-la por inteiro, o que nos seria impossível, e, assim, ninguém seria salvo, mas... Jesus morreu cumprindo-a por inteiro, de modo que, agora, por meio da fé, podemos ser salvos mediante Sua graça!

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” – Gálatas 3:10-14

Vale reforçar mais uma vez esta que, categoricamente, é a mensagem crucial da fé cristã: somos parte do povo de Deus, não por causa de realizações próprias ou de esforços vãos em cumprir o inexequível, mas somente por meio da graça! O que Cristo fez é suficiente! (Veja Gl 6:15)

Somos livres para amar a Deus e ao próximo

E para finalizar este texto, no livro de Gálatas, Paulo ainda aborda os aspectos práticos de uma vida livre e plena que o Espírito Santo nos concede: uma vida dirigida pelo Senhor, guiada por Cristo, moldada conforme o caráter de Deus a fim de não cedermos ao pecado. Uma vida livre da escravidão de outrora; uma vida de devoção ao Senhor que nos libertou; uma vida de serviço e encorajamento mútuo entre os irmãos na fé, como os versos do capítulo 6 nos ensinam.

Detalhe: É importante frisar que essa liberdade não é pretexto para se viver uma vida desregrada. Na verdade, se pensamos assim, não fomos transformados de fato. Quanto a isso, conversaremos mais a respeito no texto sobre o livro de Judas.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” – Gálatas 2:20; 5:24-25

REFERÊNCIAS:

Allan, D. (2013). Gálatas: O Perigo de Abandonar o Verdadeiro Evangelho. Fonte: Estudos Bíblicos: https://estudosdabiblia.net/jbd143.htm

Fee, G., & Stuart, D. (2013). Como ler a Bíblia livro por livro: um guia de estudo panorâmico da Bíblia. São Paulo: Vida Nova. 

Galvão, S. E. de M., Jr. (2009). Visão da Carta aos Gálatas. Fonte: Biblioteca Bíblia: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/04/visao-geral-da-biblia-carta-aos-galatas.html

Introdução dos Livros da Bíblia - NT. (2014). Fonte: Educando com a Tia Mara e Cia: https://educandocomatiamaraecia.blogspot.com/2014/12/introducao-dos-livros-da-biblia-nt.html