Enquanto sobe, ajude outros
pelo caminho.
Já
parou pensar o porquê de respondermos “de nada”, “não há de quê”, “não foi
nada” ou expressões similares quando alguém nos agradece por algo que fizemos?
E a palavra “obrigado”? Teria ela alguma relação com “obrigação”? Enfim... foi
só uma elucubração aqui enquanto eu divagava escrevendo esta introdução, mas,
na real, você já parou para pensar no que é, de fato, “servir a Deus”, como
muitos de nós, cristãos, tanto falamos?
De
forma bem sintética, servir é dar algo de si na forma de assistência ou
trabalho a alguém. Na vida, servir a Deus está ligado a servir ao próximo; a
ter uma vida coerente com o que pregamos. Entretanto, é muito importante
frisar: antes de cuidar dos outros, cuide daqueles que estão ao teu lado, da
tua família. E a propósito, tome nota: “dar frutos” é diferente de ter “o
fruto”: primeiro, se conhece a Jesus; vive-se de modo a honrá-Lo. Depois, após
sabermos quem Ele é, passamos a viver como Ele viveu, testemunhando Seus feitos
e espalhando Seu reino.
Partindo
desse entendimento de que servir ao Senhor está ligado ao serviço para o outro,
você já parou para pensar em como pode usar teus dons em benefícios de outros? Se sim, mas ainda não fez
nada, o
que usamos como justificativas para não servir na prática?
“Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” – Mateus 21:28-31a
Em
João 4:1-42, a mulher samaritana nos dá um belo exemplo de propagação das Boas
Novas de Cristo. A partir do momento em que ela conhece o Mestre, ela vai
adianta e espalha Seus grandes feitos, contando aos seus que ela havia
encontrado o Messias. Dito isso, tome nota:
1.1 Todo aquele que conhece o
Evangelho deve testemunhá-lo e propagá-lo, independentemente de
ter um rótulo eclesiástico ou não.
1.2 Nossa missão é anunciar, não convencer.
1.3 Uns semeiam, outros colhem (note que no mesmo capítulo, Jesus
fala que é grande a seara, mas são poucos os ceifeiros).
1.4 Antes de servir e pregar, conheça o Deus a quem você serve e de
quem você tanto fala (leia os versos 20-24).
“E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito. E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” – João 4:39,41-42
Desculpa #2 – “Eu tenho medo.”
Ao
pensar em ser fiel a Deus, você tem medo de que algo aconteça? Retaliações? Perseguições? Humanos
que somos, é normal temermos situações novas e desconhecidas, entretanto esse
medo não pode nos impedir de fazer aquilo que nos cabe. Para tanto, é preciso
entender que, em certos casos, os resultados de determinadas ações não estão
sob nosso controle.
O
profeta Elias, um dos mais conhecidos do Antigo Testamento, em uma situação de
extrema angústia e medo – retratada em 1 Reis 19 – temia ser morto pela rainha
Jezabel. Mas ele tinha uma missão, e Deus o orientou a agir corretamente mesmo
em face de o profeta perder sua vida aqui na terra. Dito isso, tome nota:
2.1 Em dado momento da leitura,
você nota que Elias acreditava ser o único sobrevivente. Não podemos pensar que
as coisas só funcionam se nós as fizermos (entretanto, responsabilidade
é muito importante!).
2.2 Depois de um grande feito (desafiar os profetas de Baal e ver
Deus agir em seu favor), Elias ficou com medo. Após ter resultados positivos em
uma missão, não se acomode!
2.3 Elias usou a mesma justificativa duas vezes (versos 10 e 14). Se
Deus diz que está contigo em algo, vá!
2.4 Apesar do medo, Elias obedeceu a Deus. Um dos resultados de
agir conforme a vontade do Senhor foi a posterior unção de Eliseu, um homem que
viria a suceder Elias e ser instrumento nas mãos de Deus para fazer coisas mais
extraordinárias que seu antecessor.
Desculpa #3 – “Já me frustrei demais.”
Evangelho
segundo João, capítulo 21. Pedro, um dos apóstolos mais eminentes, ouviu da
boca do próprio Jesus que ele, Pedro, não seria mais pescador de homens, mas,
sim, pescador de almas. Fato é que Jesus morreu. E agora? Onde estão todas aquelas promessas?
Frustrado, Pedro voltou a pescar peixes, mas não pescou nada naquela noite (Jo
21:3). Se frustrou mais uma vez por ter feito o que Deus não lhe mandou fazer.
Para
surpresa de Pedro (e nossa alegria), fato é que Jesus ressuscitou. O Mestre
chega próximos aos barcos, e, com Ele, a provisão do Altíssimo. Os apóstolos,
antes frustrados, presenciam mais milagres do Cristo ressurreto. Cara, leia
João 21 na íntegra! É épico demais! No decorrer da leitura, mais algumas
lições:
3.1 Enquanto os apóstolos, frustrados, buscavam peixes, Jesus já
estava lá, lhes esperando, com a solução: peixe e pão! Nisso, Jesus lhes faz um
convite à comunhão com Ele!
3.2 Dizer que não tem tempo para Deus também não justifica.
Enquanto nos preocupamos com coisas vãs, Ele nos dá de graça o que necessitamos
para o hoje.
3.3 Próximo ao fim do capítulo, outra lição surreal: façamos aquilo
que é da nossa responsabilidade. Querer saber, inadvertidamente, da vida dos
outros não é da nossa competência.
3.4 Pedro foi um dos principais personagens de Atos dos Apóstolos e
da história de expansão do Evangelho. Foi o início do cristianismo após a
ressurreição de Jesus.
Desculpa #4 – “Eu cansei!”
De forma similar às situações vividas pelo
profeta Elias e pelo apóstolo Pedro, também podemos falar do profeta Jeremias
(você pode aprender mais sobre o livro de Jeremias neste
texto). Basicamente, Jeremias tinha a missão de
anunciar aos reis de Judá e a todo o povo em geral que Jerusalém seria tomada e
destruída por conta de sua idolatria, incredulidade e sincretismo. Dentre
outras coisas, o profeta Jeremias nos ensina que, por mais que amemos um povo
ou uma terra, o mais importante é amar ao Senhor e fazer o que Ele nos pede,
independentemente das consequências que servi-Lo fielmente pode nos causar.
No
último capítulo do livro de Jeremias, vemos a realização do que Jeremias havia
profetizado: Zedequias, o rei que ignorou a mensagem do profeta, morreu;
Joaquim, o rei que deu ouvidos à Palavra, mesmo na prisão, continuou vivo,
aposentado.
“Mas, se eu digo: “Não o mencionarei nem mais falarei em seu nome”, é como se um fogo ardesse em meu coração, um fogo dentro de mim. Estou exausto tentando contê-lo; já não posso mais!” – Jeremias 20:9 - NVI
Desculpa #5 – “Tenho problemas demais.”
Davi,
1 Samuel 23:1-13. O mais famoso rei de Israel ainda não era rei, mas já estava
sendo moldado pelo Senhor para desempenhar tão importante função. Enquanto
fugia de Saul, Davi foi avisado de que a cidade de Queila estava sendo saqueada
pelos filisteus.
Davi
sabia que não podia ficar inerte diante disso. Mas, em vez de se levar pela
impulsividade e fazer o que lhe viesse à mente, ele orou ao Senhor, pedindo-Lhe
direção e orientação. Deus disse a Davi para ir e ajudar Queila, livrando-a do
ataque dos filisteus, o que o futuro rei fez com êxito mediante a forte mão do
Senhor.
Dito isso, tome nota:
5.1 Apesar de seus problemas (ele estava fugindo de Saul,
lembre-se), Davi fez o que precisava ser feito.
5.3 Mesmo sabendo que os cidadãos de Queila poderiam entregá-lo a
Saul, Davi agiu corretamente e ajudou as pessoas daquela cidade. Ele sabia da ingratidão, mas não ligou para isso, afinal,
certamente, ele fez o que fez não para ser bem visto, mas para honrar a Deus.
5.4 Deus livrava Davi o tempo inteiro. Os problemas e o tempo de
perseguição que Davi enfrentou lhe fortaleceram, forjando sua fé e seu caráter
em Deus.
Desculpa #6 – “Não quero e não vou fazer.”
Rebeldia
é a melhor palavra para essa situação (indignação
também poderia ser, mas isso é outra história). Um dos melhores exemplos de
rebeldia diante de um chamado específico é o do profeta Jonas – cuja história
pode ser entendida com mais clareza neste texto. Em
sua rebeldia, Jonas causou sofrimento a outras pessoas (que ofereceram
sacrifícios ao Senhor após o ocorrido). Pela graça de Deus, Nínive se
arrependeu e se converteu do seu mau caminho, e Deus foi misericordioso com
eles.
Uma
das principais revelações do livro de Jonas é o caráter compassivo de Deus.
Mas, com frequência, nós somos egoístas e pensamos somente em nossos próprios
interesses (como o evento envolvendo Jonas e a aboboreira no capítulo 4). No
capítulo 3, por exemplo, veja que os ninivitas fizeram algo o que os
israelitas, praticamente, nunca fizeram por diversas vezes: se arrepender de
seus maus caminhos (não é a primeira vez na Bíblia que você vê ímpios
agirem de forma mais prudente que o próprio povo de Deus)!
Conclusão
Não
sei se você percebeu, mas essas seis “justificativas” que damos para não servir
a Deus e ao próximo focam muito em nós mesmos: eu isso, eu aquilo... Precisamos
entender que nunca foi por nossa força ou por nossos méritos, que não se trata
de mim ou você! É tudo dEle, por Ele e para Ele!
Você
pode ler aqui no Eterno Inconformado outros textos sobre serviço. É só clicar
nos links abaixo para conhecê-los:
Também
recomendo este texto no qual o autor aborda o
mesmo tema que tratamos aqui, entretanto ele usa, basicamente, a vida de
Moisés, um grande líder bíblico, como exemplo. Vale a pena a leitura!
Ótimo trabalho
ResponderExcluirObrigado! Glória a Deus! =]
Excluir