#339. Seis desculpas que damos para não servir a Deus e ao próximo

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#339. Seis desculpas que damos para não servir a Deus e ao próximo

Enquanto sobe, ajude outros pelo caminho.

Já parou pensar o porquê de respondermos “de nada”, “não há de quê”, “não foi nada” ou expressões similares quando alguém nos agradece por algo que fizemos? E a palavra “obrigado”? Teria ela alguma relação com “obrigação”? Enfim... foi só uma elucubração aqui enquanto eu divagava escrevendo esta introdução, mas, na real, você já parou para pensar no que é, de fato, “servir a Deus”, como muitos de nós, cristãos, tanto falamos?

De forma bem sintética, servir é dar algo de si na forma de assistência ou trabalho a alguém. Na vida, servir a Deus está ligado a servir ao próximo; a ter uma vida coerente com o que pregamos. Entretanto, é muito importante frisar: antes de cuidar dos outros, cuide daqueles que estão ao teu lado, da tua família. E a propósito, tome nota: “dar frutos” é diferente de ter “o fruto”: primeiro, se conhece a Jesus; vive-se de modo a honrá-Lo. Depois, após sabermos quem Ele é, passamos a viver como Ele viveu, testemunhando Seus feitos e espalhando Seu reino.

Partindo desse entendimento de que servir ao Senhor está ligado ao serviço para o outro, você já parou para pensar em como pode usar teus dons em benefícios de outros? Se sim, mas ainda não fez nada, o que usamos como justificativas para não servir na prática? 

“Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” – Mateus 21:28-31a

Você não está a fim de ficar olhando pelas janelas, está?

Desculpa #1 – “Eu não tenho um chamado.”

Em João 4:1-42, a mulher samaritana nos dá um belo exemplo de propagação das Boas Novas de Cristo. A partir do momento em que ela conhece o Mestre, ela vai adianta e espalha Seus grandes feitos, contando aos seus que ela havia encontrado o Messias. Dito isso, tome nota:

­1.1 Todo aquele que conhece o Evangelho deve testemunhá-lo e propagá-lo, independentemente de ter um rótulo eclesiástico ou não.

1.2 Nossa missão é anunciar, não convencer.

1.3 Uns semeiam, outros colhem (note que no mesmo capítulo, Jesus fala que é grande a seara, mas são poucos os ceifeiros).

1.4 Antes de servir e pregar, conheça o Deus a quem você serve e de quem você tanto fala (leia os versos 20-24). 

“E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito. E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” – João 4:39,41-42

Desculpa #2 – “Eu tenho medo.”

Ao pensar em ser fiel a Deus, você tem medo de que algo aconteça? Retaliações? Perseguições? Humanos que somos, é normal temermos situações novas e desconhecidas, entretanto esse medo não pode nos impedir de fazer aquilo que nos cabe. Para tanto, é preciso entender que, em certos casos, os resultados de determinadas ações não estão sob nosso controle.

O profeta Elias, um dos mais conhecidos do Antigo Testamento, em uma situação de extrema angústia e medo – retratada em 1 Reis 19 – temia ser morto pela rainha Jezabel. Mas ele tinha uma missão, e Deus o orientou a agir corretamente mesmo em face de o profeta perder sua vida aqui na terra. Dito isso, tome nota:

2.1 Em dado momento da leitura, você nota que Elias acreditava ser o único sobrevivente. Não podemos pensar que as coisas só funcionam se nós as fizermos (entretanto, responsabilidade é muito importante!).

2.2 Depois de um grande feito (desafiar os profetas de Baal e ver Deus agir em seu favor), Elias ficou com medo. Após ter resultados positivos em uma missão, não se acomode!

2.3 Elias usou a mesma justificativa duas vezes (versos 10 e 14). Se Deus diz que está contigo em algo, vá!

2.4 Apesar do medo, Elias obedeceu a Deus. Um dos resultados de agir conforme a vontade do Senhor foi a posterior unção de Eliseu, um homem que viria a suceder Elias e ser instrumento nas mãos de Deus para fazer coisas mais extraordinárias que seu antecessor.

Desculpa #3 – “Já me frustrei demais.”

Evangelho segundo João, capítulo 21. Pedro, um dos apóstolos mais eminentes, ouviu da boca do próprio Jesus que ele, Pedro, não seria mais pescador de homens, mas, sim, pescador de almas. Fato é que Jesus morreu. E agora? Onde estão todas aquelas promessas? Frustrado, Pedro voltou a pescar peixes, mas não pescou nada naquela noite (Jo 21:3). Se frustrou mais uma vez por ter feito o que Deus não lhe mandou fazer.

Para surpresa de Pedro (e nossa alegria), fato é que Jesus ressuscitou. O Mestre chega próximos aos barcos, e, com Ele, a provisão do Altíssimo. Os apóstolos, antes frustrados, presenciam mais milagres do Cristo ressurreto. Cara, leia João 21 na íntegra! É épico demais! No decorrer da leitura, mais algumas lições:

3.1 Enquanto os apóstolos, frustrados, buscavam peixes, Jesus já estava lá, lhes esperando, com a solução: peixe e pão! Nisso, Jesus lhes faz um convite à comunhão com Ele!

3.2 Dizer que não tem tempo para Deus também não justifica. Enquanto nos preocupamos com coisas vãs, Ele nos dá de graça o que necessitamos para o hoje.

3.3 Próximo ao fim do capítulo, outra lição surreal: façamos aquilo que é da nossa responsabilidade. Querer saber, inadvertidamente, da vida dos outros não é da nossa competência.

3.4 Pedro foi um dos principais personagens de Atos dos Apóstolos e da história de expansão do Evangelho. Foi o início do cristianismo após a ressurreição de Jesus.

Desculpa #4 – “Eu cansei!”

De forma similar às situações vividas pelo profeta Elias e pelo apóstolo Pedro, também podemos falar do profeta Jeremias (você pode aprender mais sobre o livro de Jeremias neste texto). Basicamente, Jeremias tinha a missão de anunciar aos reis de Judá e a todo o povo em geral que Jerusalém seria tomada e destruída por conta de sua idolatria, incredulidade e sincretismo. Dentre outras coisas, o profeta Jeremias nos ensina que, por mais que amemos um povo ou uma terra, o mais importante é amar ao Senhor e fazer o que Ele nos pede, independentemente das consequências que servi-Lo fielmente pode nos causar.

No último capítulo do livro de Jeremias, vemos a realização do que Jeremias havia profetizado: Zedequias, o rei que ignorou a mensagem do profeta, morreu; Joaquim, o rei que deu ouvidos à Palavra, mesmo na prisão, continuou vivo, aposentado. 

“Mas, se eu digo: “Não o mencionarei nem mais falarei em seu nome”, é como se um fogo ardesse em meu coração, um fogo dentro de mim. Estou exausto tentando contê-lo; já não posso mais!” – Jeremias 20:9 - NVI

Desculpa #5 – “Tenho problemas demais.”

Davi, 1 Samuel 23:1-13. O mais famoso rei de Israel ainda não era rei, mas já estava sendo moldado pelo Senhor para desempenhar tão importante função. Enquanto fugia de Saul, Davi foi avisado de que a cidade de Queila estava sendo saqueada pelos filisteus.

Davi sabia que não podia ficar inerte diante disso. Mas, em vez de se levar pela impulsividade e fazer o que lhe viesse à mente, ele orou ao Senhor, pedindo-Lhe direção e orientação. Deus disse a Davi para ir e ajudar Queila, livrando-a do ataque dos filisteus, o que o futuro rei fez com êxito mediante a forte mão do Senhor.

Dito isso, tome nota:

5.1 Apesar de seus problemas (ele estava fugindo de Saul, lembre-se), Davi fez o que precisava ser feito.

5.2 Davi tinha o hábito de consultar a Deus em praticamente tudo o que fazia.

5.3 Mesmo sabendo que os cidadãos de Queila poderiam entregá-lo a Saul, Davi agiu corretamente e ajudou as pessoas daquela cidade. Ele sabia da ingratidão, mas não ligou para isso, afinal, certamente, ele fez o que fez não para ser bem visto, mas para honrar a Deus.

5.4 Deus livrava Davi o tempo inteiro. Os problemas e o tempo de perseguição que Davi enfrentou lhe fortaleceram, forjando sua fé e seu caráter em Deus.

Desculpa #6 – “Não quero e não vou fazer.”

Rebeldia é a melhor palavra para essa situação (indignação também poderia ser, mas isso é outra história). Um dos melhores exemplos de rebeldia diante de um chamado específico é o do profeta Jonas – cuja história pode ser entendida com mais clareza neste texto. Em sua rebeldia, Jonas causou sofrimento a outras pessoas (que ofereceram sacrifícios ao Senhor após o ocorrido). Pela graça de Deus, Nínive se arrependeu e se converteu do seu mau caminho, e Deus foi misericordioso com eles.

Uma das principais revelações do livro de Jonas é o caráter compassivo de Deus. Mas, com frequência, nós somos egoístas e pensamos somente em nossos próprios interesses (como o evento envolvendo Jonas e a aboboreira no capítulo 4). No capítulo 3, por exemplo, veja que os ninivitas fizeram algo o que os israelitas, praticamente, nunca fizeram por diversas vezes: se arrepender de seus maus caminhos (não é a primeira vez na Bíblia que você vê ímpios agirem de forma mais prudente que o próprio povo de Deus)!

Conclusão

Sim, o mundo já está condenado, mas isso não quer dizer que seremos fatalistas.Não sei se você percebeu, mas essas seis “justificativas” que damos para não servir a Deus e ao próximo focam muito em nós mesmos: eu isso, eu aquilo... Precisamos entender que nunca foi por nossa força ou por nossos méritos, que não se trata de mim ou você! É tudo dEle, por Ele e para Ele!

Você pode ler aqui no Eterno Inconformado outros textos sobre serviço. É só clicar nos links abaixo para conhecê-los:


Também recomendo este texto no qual o autor aborda o mesmo tema que tratamos aqui, entretanto ele usa, basicamente, a vida de Moisés, um grande líder bíblico, como exemplo. Vale a pena a leitura! 

“E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” – Lucas 12:48 + 1 Tessalonicenses 5:24

Não olhem pelas janelas. Saiam pelas portas.

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